São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Primo de Bruno muda versão e diz que não viu crime

No primeiro depoimento, Sérgio Sales afirmara que o goleiro assistiu à morte da ex-namorada Eliza Samudio

"É fantástico, porque ele [Sales] é a principal sustentação do inquérito", ironizou o advogado de Bruno

RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE

Primo do goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales, o Camelo, mudou pela segunda vez sua versão sobre a suposta morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Ele disse que nada sabe sobre o caso e colocou em dúvida se houve crime.
Para o advogado Frederico Franco, defensor de Bruno e de outros cinco envolvidos, a mudança de versão favorece a defesa. "É fantástico, porque ele é a principal sustentação do inquérito", afirmou.
Inicialmente, Camelo afirmou que Bruno presenciou Eliza ser morta pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, na companhia de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e do primo adolescente do goleiro.
Em outro depoimento, Camelo disse que, apesar de aparentemente saber do crime, Bruno ficou em seu sítio e só Macarrão e o adolescente levaram Eliza para a morte.
Ontem, segundo o promotor Leonardo Alves, Camelo disse apenas que viu Macarrão, o jovem e Eliza saírem do sítio, mas que nada sabia sobre o suposto homicídio.
Até o momento, a polícia se baseia nos depoimentos de Camelo e do jovem.
O adolescente também já mudou sua versão dos fatos. No primeiro depoimento, disse que Bruno só chegou ao sítio, de táxi, um dia depois de ele e Macarrão terem levado Eliza dali. No segundo, disse que o goleiro chegou ao sítio no mesmo dia que eles.
Sobre a morte, primeiro o jovem disse que Bruno ordenou que ele e Macarrão resolvessem o problema, sem deixar claro se o jogador havia presenciado a morte. Depois, afirmou que Bruno esteve presente. Finalmente, negou que Bruno tenha ido ao local.
Fora os depoimentos, há duas provas materiais: o sangue de Eliza no carro de Bruno e o álbum com fotos aparentemente do bebê dela encontrado pela Folha.
Bruno, Macarrão e Bola foram levados para a audiência de ontem, mas ficaram em silêncio. Ao deixar o juizado, Bruno riu ao ouvir a multidão chamá-lo de "assassino".


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