São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2000


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VIOLÊNCIA
Índice de homicídios entre os paulistanos é 31% superior ao verificado entre os cariocas, segundo as prefeituras
Taxa de assassinato em SP supera a do Rio

Rosana Lana - 4.ago.00/Folha Imagem
Marco Vinicio Petrelluzzi, secretário da Segurança Pública


ANTÔNIO GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A chance de um carioca morrer vítima de homicídio é menor do que a de um paulistano, a julgar pelas taxas de mortalidade das secretarias da Saúde dos dois municípios. Os números do ano passado divulgados pela Prefeitura do Rio confirmam um quadro que já se anunciava em 1998.
No ano passado, o município de São Paulo atingiu a taxa de 59 vítimas de homicídio por 100 mil habitantes, enquanto no Rio a mesma taxa é de 45 por 100 mil.
O índice de São Paulo em 1999 foi 31% superior a do Rio. Em 1998, essa diferença foi de 4%.
Em São Paulo, desde 95, há aumento nas taxas de homicídio calculadas pelo Pro-Aim (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade) e pela Fundação Seade.
Especialistas em violência nas duas cidades preferem não determinar uma causa única para esse fenômeno. Para o diretor do Viva Rio, antropólogo Rubem César Fernandes, pode haver uma explicação econômica.
"Em São Paulo, os índices de desemprego são muito piores. O Rio viveu um momento de integração, enquanto São Paulo vem vivendo crises na administração. Acho que a sociedade civil paulista ainda não conseguiu organizar uma resposta à crise", afirmou.
Os dados das secretarias da saúde servem de base para o levantamento do Datasus, órgão do Ministério da Saúde responsável pelas estatísticas de mortalidade.
O levantamento de todos os municípios e Estados deve ficar pronto somente no começo do ano que vem, e pode haver alguma alteração nas taxas.
No caso do Rio de Janeiro, segundo Cláudio Noronha, gerente de informação epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, a variação na taxa de homicídio de 1999 deverá ser pequena. "Sempre há um aumento nesta taxa porque a Secretaria Estadual da Saúde inclui, nos dados coletados por nós, mortes de residentes na capital que aconteceram em outros municípios. Essa alteração, no entanto, nunca é muito grande", afirmou Noronha.
No Estado de São Paulo, é a Fundação Seade que revisa a taxa da capital, incluindo as mortes de residentes em São Paulo ocorrida em outros municípios.
Segundo a fundação (que já fez a revisão dos números do Pro-Aim), a taxa de homicídios na cidade de São Paulo em 99 foi de 67 por 100 mil habitantes.
Ainda não é possível comparar essa taxa com a do Rio porque a Secretaria Estadual da Saúde do Rio não finalizou o levantamento.
No Rio, os dados mostram no Estado e na capital uma queda de 1995 para 1999. Em São Paulo, acontece fenômeno inverso.
O índice do Estado fluminense supera o da capital devido aos casos de violência registrados nas cidades que compõem a região metropolitana do Rio.


Colaborou FERNANDA DA ESCÓSSIA, da Sucursal do Rio

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