São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 2000


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Índice já melhorou, diz Petrelluzzi

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, afirma, com base em dados da própria secretaria, que a tendência de crescimento no número de homicídios na capital e no Estado está sendo revertida neste ano. Segundo ele, desde o final de 1999, a secretaria já havia detectado a queda em alguns índices de criminalidade.
A secretaria usa metodologia diferente da do Pro-Aim e da Fundação Seade para calcular o número de homicídios na cidade. Uma das diferenças é a separação de homicídios e de latrocínios (roubos seguidos de morte).
"São crimes de natureza diferente. O latrocínio é muito mais hediondo do que um simples homicídio", diz o secretário.
No primeiro semestre deste ano, segundo a secretaria, houve uma queda de 35% no número de latrocínios em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento do número de homicídios na capital foi de apenas 0,18%.
Para Petrelluzzi, por se tratar de um assunto recente no Brasil, não é possível detectar, com precisão, as causas para o aumento ou diminuição da violência. "Quem descobrir isso vai ganhar um prêmio Nobel", diz o secretário.
Petrelluzzi afirma também que a ação repressiva da polícia já chegou ao limite e que o que precisa ser melhorado é a prevenção ao crime.
Ele cita exemplos como o aumento no número de prisões e a queda no número de roubos para justificar sua cosntatação de que o número de homicídios e a criminalidade estão diminuindo em São Paulo.
Ainda de acordo com a secretaria da Segurança, houve queda de 50% no número de roubos a banco na capital.

Mobilização
Para Denis Mizne, diretor do Instituto Sou da Paz, a mobilização da sociedade pode contribuir para diminuir o número de homicídios em São Paulo.
"Quase a metade dos homicídios em São Paulo acontecem por motivos fúteis, como discussões em bares ou brigas de trânsito. É papel da sociedade se mobilizar e mostrar que há outros meios eficazes de resolver os conflitos", afirma Mizne.
Para o diretor do Instituto Sou da Paz, isso não exime a Secretaria de Segurança Pública de sua responsabilidade. "No entanto, se não houver mobilização da sociedade, o trabalho fica muito mais difícil", diz.


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