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POLÍCIA
Engenheiro foi ejetado após explosão no Fokker-100
Acusado de colocar bomba em avião da TAM dá depoimento confuso
DA REPORTAGEM LOCAL
O professor Leonardo Teodoro
de Castro, 61, acusado de explodir
uma bomba dentro de um avião
da TAM, em julho de 97, prestou
depoimento confuso ontem à Justiça de São Paulo. A defesa dele
tem usado essa deficiência de raciocínio para dizer que ele é inimputável -não poderia ser processado por problemas mentais.
Castro chegou a dizer durante o
interrogatório que se recordava
do barulho dentro da aeronave,
mas que não se lembrava da explosão no avião. Na saída do fórum, disse à Folha que não sabia
se havia viajado naquele dia.
O professor foi apontado pela
Polícia Federal como o fabricante
da bomba que abriu um buraco
na fuselagem do Fokker-100 da
TAM em pleno vôo, causando a
morte do engenheiro Fernando
Caldeira de Moura. O corpo dele
foi ejetado de uma altitude de
2.400 metros, quando o avião sobrevoava Suzano (Grande São
Paulo), no feriado de 9 de julho.
Baseado nas provas recolhidas
durante a investigação, o Ministério Público Federal denunciou
Castro por 1 homicídio e 58 tentativas de assassinato -número de
passageiros que estavam dentro
do Fokker-100 da TAM. Se condenado, a pena somaria 200 anos.
A audiência de ontem foi a primeira da fase que definirá se ele
vai ou não a júri popular. O processo estava parado em razão da
disputa entre o advogado do professor, Tales Castelo Branco, e o
Ministério Público Federal sobre
o estado de saúde mental dele.
Três dias após o atentado, um
após a polícia revistar o apartamento de Castro, ele foi atropelado por um ônibus na avenida
Santo Amaro, na capital. A partir
daí, começa a polêmica sobre as
sequelas do acidente.
Ontem, a juíza Raecler Baldressa, da 1ª Vara Criminal Federal,
suspendeu o depoimento, por
meia hora, a pedido de Castelo
Branco, para que um gravador
fosse arrumado para registrar as
falas desconexas dele. ""É uma
prova evidente do estado mental
dele", diz o advogado. Para Castelo Branco, ele é inocente.
Laudo aceito pela Justiça Federal em definitivo, em março do
ano passado, afirma o contrário.
""O Ministério Público está convencido da responsabilidade dele", diz o procurador da República José Ricardo Meirelles. Para
ele, o depoimento não acrescentou nada de novo ao caso.
Na casa do professor, a polícia
diz ter encontrado substâncias
usadas na confecção da bomba.
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