|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Câmara pode votar hoje projeto que proíbe outdoors
Proposta, prioridade para o prefeito Kassab, veta a maioria dos anúncios existentes
Acordo prevê passar a proposta, no mesmo dia, por várias comissões; empresas dizem que medida vai gerar 20 mil demissões no setor
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem uma análise detalhada, a
Câmara deve colocar em votação hoje o projeto do prefeito
Gilberto Kassab (PFL) que
proíbe outdoors e painéis eletrônicos e limita placas com o
nome de imóveis comerciais a
até quatro m2.
A intenção é aprovar o projeto na primeira das duas votações previstas ainda hoje, ou,
no máximo, amanhã. A discussão ocorreria até a segunda votação, de modo decisivo, que
deve ocorrer em um mês.
"A primeira votação é simbólica, para começar a debater",
afirmou o vereador Roberto
Tripoli (sem partido), presidente da Casa. Pelo raciocínio
de Tripoli, os debates podem
ocorrer nas audiências públicas -são duas, mas, se necessário, o número pode aumentar.
Para colocar o projeto em votação hoje, a Câmara acertou
ontem à tarde, em reunião com
os líderes das bancadas, a convocação de um congresso de
comissões. A medida permitirá
à proposta do governo Kassab
passar, no mesmo dia, pelas comissões de Administração Pública, Finanças, Política Urbana e, por fim, Trânsito, Transporte e Atividade Econômica.
Se aprovada, a proposta poderá ser levada, enfim, a plenário. Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça já havia dado parecer favorável, por unanimidade.
Mas a proposta, que chegou à
Câmara em junho deste ano,
enfrenta resistências. O PT,
por exemplo, é favorável a uma
discussão mais aprofundada
antes da votação. Já o líder do
PL, Aurélio Miguel, é adepto da
proposta de Tripoli -discussão
depois da aprovação em primeira votação. Ambos defendem o projeto.
A proposta, considerada
prioritária para Kassab, proíbe
a maioria dos anúncios existentes hoje. Além dos outdoors, ficam vetadas propagandas em ônibus, carros e motos;
anúncios infláveis, faixas, avisos em vitrines e anúncios nas
laterais e nas coberturas de
prédios, entre outros.
Com a lei aprovada, o prefeito Gilberto Kassab sustenta
que ficará mais simples fiscalizar a poluição visual e constatar irregularidades. Anunciantes e empresas de publicidade,
no entanto, são resistentes ao
projeto do pefelista, considerado radical demais.
Protesto
Ontem, centenas de manifestantes ligados a empresas de
publicidade se reuniram em
frente à Câmara para protestar
contra a proposta de Kassab.
Eles defendem um substitutivo
que atenue o texto. Argumentam que, com restrições excessivas à publicidade, 20 mil pessoas ficarão desempregadas.
Na Câmara, o principal defensor dos publicitários é Dalton Silvano (PSDB), que diz não
ver motivo para tanta pressa na
análise. Segundo ele, a proposta
fere a Constituição porque renuncia a uma receita ao deixar
de recolher a taxa de fiscalização de anúncios. A previsão do
Plano Plurianual é arrecadar,
neste ano, R$ 57,120 milhões
com o tributo em 2006.
Texto Anterior: Passarinho é suspeito de causar falta de luz nos Jardins Próximo Texto: Administração: Concorrência para varrição atrai 46 empresas em SP Índice
|