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Outro lado
Não há motivo para pânico, diz sindicato
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
José Roberto da Ros, vice-presidente-executivo do Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola), afirma que o risco dos agrotóxicos à saúde é monitorado pela Anvisa e que, portanto, não há motivo para pânico.
Ele diz que a entidade -que obteve liminar contra a reavaliação dos produtos- não é contra a análise pela Anvisa, mas discorda da forma como o procedimento foi proposto neste ano. "Fazemos reavaliação há mais de nove anos. Entramos com a ação porque consideramos que a resolução da Anvisa não nos dava amplo direito de defesa e permitia que decisões fossem tomadas sem que fôssemos ouvidos."
Ele diz que, agora, a agência reguladora propôs um novo procedimento, que será reavaliado pelo sindicato.
Ros diz ainda que há a possibilidade de países cancelarem o registro de agrotóxicos não por razões toxicológicas, mas por encontrarem ingredientes mais baratos.
Ele afirma que, antes de substituir um agrotóxico, é preciso verificar se há um substituto, já que a maior parte da agricultura brasileira faz uso das substâncias. "O endossulfam, por exemplo, é um dos únicos produtos que controlam a broca do café."
Ele defende que, nesses casos, sejam tomadas ações para mitigar o risco de intoxicação por trabalhadores e consumidores, em vez da simples proibição.
A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) indicou João Alderici, do consórcio das cooperativas agrícolas brasileiras, para comentar o assunto. Ele estava, porém, em viagem, e não pôde ser contatado pelo celular.
A Folha procurou também o juiz Waldemar Claudio de Carvalho, da 13ª Vara da Justiça Federal no DF, que concedeu a liminar suspendendo as reavaliações da Anvisa. A assessoria do tribunal pediu o envio de um e-mail com perguntas, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
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