São Paulo, domingo, 23 de agosto de 2009

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LUIZ SARAIVA RABELO (1927-2009)

Os múltiplos trabalhos de um corretor em SP

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Morada Nova, cidade no Estado do Ceará, perdeu Luiz Saraiva Rabelo quando ele contava apenas 22 anos.
Foi com essa idade que ele, sozinho, apeou em São Paulo, pois queria tentar uma vida nova.
No começo, foi uma dureza só, como lembra a mulher, dona Rina. Luiz arrumou serviço de copeiro. Tinha, então, de trabalhar -e dormir- num bar.
Depois, arranjou-se como contínuo num banco. Foi subindo e subindo de cargo.
Com o tino de comerciante que tinha, mudou de emprego, passando a viajar frequentemente, vendendo mercadorias.
Foi então que pediu as contas e montou uma vendinha. O pequeno estabelecimento acabou virando um supermercado. Na época da prosperidade, trouxe a "sobrinhada" toda do Ceará, conta a mulher.
Mas aí, deu-se uma reviravolta, os negócios não foram bem, e Luiz perdeu tudo.
"Fomos morar numa casinha no fundo de um quintal", lembra Rina. Sem nunca desistir, conseguiu depois um emprego na Fiat, para vender máquinas.
Só que, de novo, não deu sorte: houve corte, e ele foi demitido. Decidiu, então, que seria corretor de imóveis -começou a trabalhar de casa, até formalizar a nova empresa, a Sérgio Rabelo Imóveis, que leva nome do filho.
"A luta da gente foi muito grande", recorda-se a mulher. "Trabalhou até o fim."
Morreu domingo, aos 82, de falência de órgãos. Sofria de diabetes. Teve três filhos e sete netos. A missa de sétimo dia será hoje, às 11h30, na paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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