São Paulo, domingo, 23 de agosto de 2009

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Comércio burla Lei Cidade Limpa com faixas e cartazes

Prefeitura diz que fiscalização é feita, mas que depende também de denúncias

Desde a implantação da lei, em 2007, foram aplicadas 3.137 multas por publicidade irregular na cidade; valor mínimo é de R$ 10 mil

DANILO VERPA
REPÓRTER FOTOGRÁFICO
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Vencer a Lei Cidade Limpa. Era tudo o que as poderosas empresas de outdoor queriam, mas somente as singelas faixas e banners estão conseguindo.
Espalhadas pelas ruas, pregadas em postes e árvores e expostas nas fachadas do comércio, as faixas vendem de tudo: lavador de sofá, peças em acrílico, gesso, self service por quilo e até... faixas, banners e folhetos.
"As faixas estão invadindo a cidade de novo", diz Regina Monteiro, diretora da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e mentora da Lei Cidade Limpa. A Folha levou fotos de mais de uma dezena de locais para ela avaliar. O veredicto: "está tudo errado".
Ela diz que as subprefeituras estão fazendo um trabalho forte de combate à sujeira que essas peças causam, mas admite que é difícil vencer a batalha.
Regina lembra de Lorrane, a garota de programa (ou massagista erótica, como ela preferia), que aterrorizou a Subprefeitura da Vila Mariana em 2007 ao espalhar faixas com seu telefone em Moema.
"A subprefeitura tira centenas de faixas por dia, mas não vence. Até a Lorrane está voltando", diz Regina.
Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras, admite que a batalha é difícil. "A fiscalização não conseguem estar em todos os lugares o tempo todo. A gente trabalha também com denúncias, inclusive da imprensa."
Desde a implantação da Lei Cidade Limpa, em 2007, foram aplicadas 3.137 multas -o valor mínimo é de R$ 10 mil.
Cleide Sobral é dona de um salão de cabeleireiro no Tatuapé. Em frente ao seu estabelecimento há, além do anúncio indicativo permitido por lei, seis faixas e uma tabuleta, todas irregulares, segundo Regina Monteiro. "Se chove em cima, não pode."
"Está dentro do meu quintal. Isso pode sim", afirmou. A empresária diz que, sem esse tipo de propaganda, não conseguiria divulgar o serviço que faz.
Até mesmo a Casas Bahia tem lá suas escorregadas. Duas faixas e um cartaz estão expostos na porta de uma loja fechada na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, para comunicar o novo endereço.
É permitido fazer esse tipo de comunicado, diz Regina Monteiro, mas há regras: uma faixa só e até o limite de 1 m2. A empresa não respondeu
A prefeitura deve liberar, a partir do ano que vem, a propaganda eleitoral em muros que foi proibida na eleição do ano passado.


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