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Comércio burla Lei Cidade Limpa com faixas e cartazes
Prefeitura diz que fiscalização é feita, mas que depende também de denúncias
Desde a implantação da lei, em 2007, foram aplicadas 3.137 multas por publicidade irregular na cidade; valor mínimo é de R$ 10 mil
DANILO VERPA
REPÓRTER FOTOGRÁFICO
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Vencer a Lei Cidade Limpa.
Era tudo o que as poderosas
empresas de outdoor queriam,
mas somente as singelas faixas
e banners estão conseguindo.
Espalhadas pelas ruas, pregadas em postes e árvores e expostas nas fachadas do comércio, as faixas vendem de tudo:
lavador de sofá, peças em acrílico, gesso, self service por quilo e
até... faixas, banners e folhetos.
"As faixas estão invadindo a
cidade de novo", diz Regina
Monteiro, diretora da Emurb
(Empresa Municipal de Urbanização) e mentora da Lei Cidade Limpa. A Folha levou fotos de mais de uma dezena de
locais para ela avaliar. O veredicto: "está tudo errado".
Ela diz que as subprefeituras
estão fazendo um trabalho forte de combate à sujeira que essas peças causam, mas admite
que é difícil vencer a batalha.
Regina lembra de Lorrane, a
garota de programa (ou massagista erótica, como ela preferia), que aterrorizou a Subprefeitura da Vila Mariana em
2007 ao espalhar faixas com
seu telefone em Moema.
"A subprefeitura tira centenas de faixas por dia, mas não
vence. Até a Lorrane está voltando", diz Regina.
Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras, admite
que a batalha é difícil. "A fiscalização não conseguem estar
em todos os lugares o tempo
todo. A gente trabalha também
com denúncias, inclusive da
imprensa."
Desde a implantação da Lei
Cidade Limpa, em 2007, foram
aplicadas 3.137 multas -o valor mínimo é de R$ 10 mil.
Cleide Sobral é dona de um
salão de cabeleireiro no Tatuapé. Em frente ao seu estabelecimento há, além do anúncio
indicativo permitido por lei,
seis faixas e uma tabuleta, todas irregulares, segundo Regina Monteiro. "Se chove em cima, não pode."
"Está dentro do meu quintal.
Isso pode sim", afirmou. A empresária diz que, sem esse tipo
de propaganda, não conseguiria divulgar o serviço que faz.
Até mesmo a Casas Bahia
tem lá suas escorregadas. Duas
faixas e um cartaz estão expostos na porta de uma loja fechada na rua Teodoro Sampaio,
em Pinheiros, para comunicar
o novo endereço.
É permitido fazer esse tipo
de comunicado, diz Regina
Monteiro, mas há regras: uma
faixa só e até o limite de 1 m2. A
empresa não respondeu
A prefeitura deve liberar, a
partir do ano que vem, a propaganda eleitoral em muros que
foi proibida na eleição do ano
passado.
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