São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2001

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MISÉRIA
Cruzamento de dados da Pastoral da Criança, do governo do Estado e de ONGs identifica os famintos da cidade
Fome atinge ao menos 250 mil em SP

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Ivair, filho de Josefa do Nascimento, dorme após comer arroz e feijão


GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em São Paulo, a cidade mais rica do Brasil, pelo menos 250 mil pessoas, entre adultos e crianças (a maioria menor de seis anos e fora da escola), passam fome.
Os paulistanos famintos sobrevivem com, no mínimo, um prato de arroz e um copo de leite por dia, geralmente doados por vizinhos, por instituições ou pelo governo do Estado, por meio de programas específicos.
É o caso da família de Josefa do Nascimento, moradora de um dos morros da Brasilândia, extremo norte de São Paulo. Ela conta que, durante vários dias, o cardápio familiar se restringe a arroz.
No último dia 4, Josefa e seus filhos puderam saborear também feijão e frango. Ivair, 6, depois de algumas colheradas, ficou com sono -reação típica, segundo especialistas, de quem passou alguns dias sem se alimentar.
A identificação dos famintos da cidade e onde vivem é resultado do cruzamento feito pela Folha de informações do governo do Estado, da Pastoral da Criança e de organizações não-governamentais.
Todas as pessoas mapeadas são atendidas por centros comunitários, instituições da sociedade civil e pela Pastoral da Criança. Ou seja, o número de pessoas que passam fome deve ser ainda maior, já que muitas famílias não fazem parte desses cadastros.


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