São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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MARCHA A RÉ

Marina Silva e Olívio Dutra fazem campanha pelo uso de ônibus e de bicicleta, mas vão a encontros de automóvel

Ministro usa carro no dia do ato contra carro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministros Olívio Dutra (Cidades) e Marina Silva (Meio Ambiente) promoveram ontem a "4ª Jornada Brasileira Na Cidade Sem Meu Carro", realizada simultaneamente em 69 municípios e em Brasília. Mas os dois o fizeram, por assim dizer, pela metade.
Olívio esteve no principal evento do dia em Brasília -uma reunião de cerca de 50 ciclistas na Torre de TV, na região central. De lá, seguiram de bicicleta, por 2,5 km, até a sede do ministério.
Só que Olívio foi de sua casa ao ponto de encontro de carro, num percurso de 8 km. E o seu caminho pelo Eixo Monumental dos Ministérios foi aberto por batedores da Polícia Militar.
O percurso ciclístico do ministro, quase sempre em declive, foi feito em 20 minutos. "Não estou tão fora de forma", brincou.
Olívio se encontrou na seqüência com Marina num ponto de ônibus. A trajetória dela começara em uma parada perto de sua casa. Ambos inauguraram, então, estacionamentos para bicicletas, um em cada ministério. Mais tarde, porém, às 15h, quando precisou ir ao Palácio do Planalto para uma reunião, Marina optou pelo tradicional: usou o carro.
O "dia sem carro" visa difundir o uso do transporte público, dos veículos alternativos, como a bicicleta, e da carona solidária.

São Paulo
Em São Paulo, às 9h, foram registrados 97 km de vias engarrafadas -16 km acima da média das quartas-feiras nesse horário, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Às 19h, havia 103 km - dentro da média.
A campanha na capital paulista foi tímida e marcada por atos isolados. A prefeitura não fechou nenhuma via. Limitou-se a distribuir panfletos e colocar faixas em cruzamentos incentivando o uso do transporte coletivo.
Na hora em que havia 97 km de filas, o secretário municipal de Transportes, Gerson Bittencourt, procurava divulgar a campanha indo trabalhar de ônibus. Ele levou cerca de 20 minutos para percorrer os 2,5 km da av. Paulista.
Ele diz que os recém-construídos corredores Passa-Rápido (exclusivos aos ônibus) devem estimular a troca do carro pelo transporte coletivo. Apesar de ter ido de ônibus à Secretaria de Transportes, Bittencourt afirmou não saber de nenhum conhecido seu que tenha deixado o carro na garagem por causa da campanha.
Em Belo Horizonte (MG), quatro quarteirões do centro ficaram fechados para carros das 8h às 17h. O trecho foi transformado em jardim, com mesas de discussão sobre o transporte na cidade.


Colaboraram a Agência Folha e a Reportagem Local


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