São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2006

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Delegado diz concluir caso Ubiratan na 3ª

De acordo com o promotor público Luis Fernando Vaggione, a namorada da vítima, Carla Cepollina, é a única suspeita

A partir de terça-feira, por causa da eleição do dia 1º, o Código Eleitoral impede que prisões sejam decretadas pela Justiça no país todo

ANDRÉ CARAMANTE
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antonio Desgualdo, afirmou ontem que as investigações sobre o assassinato do coronel da reserva e deputado estadual Ubiratan Guimarães, morto no dia 9 com um tiro no abdômen, dentro do seu apartamento, no bairro dos Jardins (zona oeste de São Paulo), serão concluídas até terça.
"A prova está robusta. Na próxima semana haverá uma solução para apresentar para a imprensa e para o público", disse Desgualdo. Ontem, a principal investigada pelo crime, a advogada e namorada de Ubiratan, Carla Prinzivalli Cepollina, 40, foi novamente intimada a depor -será a quarta vez (uma delas foi informalmente).
Para o promotor público Luis Fernando Vaggione, Carla é a principal suspeita pelo crime. Assim como cogitam há quase uma semana, investigadores do caso voltaram a dizer que ela deverá ser indiciada formalmente pela morte de Ubiratan -por homicídio doloso (com intenção)- logo após prestar os novos esclarecimentos.
O homicídio doloso deverá ser duplamente qualificado: por motivo fútil, já que Carla teria tido ciúmes da delegada da PF Renata Madi, que havia conversado com o coronel por telefone, e por não ter havido chance de defesa da vítima -Ubiratan estava desarmado, seminu (envolto por uma toalha) e tentava se levantar de um sofá, em sua sala.
O pedido de prisão de Carla, caso seja feito pelas autoridades policiais, pode perder efeito na próxima semana. De acordo com o Código Eleitoral, "nenhuma autoridade poderá, desde cinco dias antes e até 48 horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável".
Na opinião do promotor, Carla é a única suspeita. "Todos os indícios foram checados. Até o momento não há nenhum outro indício que não aponte para ela [Carla]."
No entender dos investigadores, Carla esteve no apartamento do coronel entre as 18h e as 20h30. O horário estimado para o assassinato dele é entre as 19h30 e as 20h30. Vizinhos afirmam ter ouvido um barulho forte no local nesse período. Segundo Carla, tratou-se da batida forte de uma porta.
Na busca de uma prova para ajudar no provável indiciamento de Carla, peritos analisam as roupas que ela usou no dia do crime. Por uma varredura milimétrica no tecido, eles tentam encontrar fragmentos de sangue da vítima ou partículas de chumbo nas peças. Imagens dela chegando em seu apartamento também são investigadas, pois suspeita-se que Carla tenha entregue roupas diferentes das usadas no sábado do crime à polícia.
Ontem, a Folha tentou, por meio de telefonemas e por e-mail, entrevistar Carla, mas ela não retornou os pedidos.


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