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Delegado diz concluir caso Ubiratan na 3ª
De acordo com o promotor público Luis Fernando Vaggione, a namorada da vítima, Carla Cepollina, é a única suspeita
A partir de terça-feira, por causa da eleição do dia 1º, o Código Eleitoral impede que prisões sejam decretadas pela Justiça no país todo
ANDRÉ CARAMANTE
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O delegado-geral da Polícia
Civil, Marco Antonio Desgualdo, afirmou ontem que as investigações sobre o assassinato
do coronel da reserva e deputado estadual Ubiratan Guimarães, morto no dia 9 com um tiro no abdômen, dentro do seu
apartamento, no bairro dos
Jardins (zona oeste de São Paulo), serão concluídas até terça.
"A prova está robusta. Na
próxima semana haverá uma
solução para apresentar para a
imprensa e para o público", disse Desgualdo. Ontem, a principal investigada pelo crime, a
advogada e namorada de Ubiratan, Carla Prinzivalli Cepollina, 40, foi novamente intimada
a depor -será a quarta vez
(uma delas foi informalmente).
Para o promotor público Luis
Fernando Vaggione, Carla é a
principal suspeita pelo crime.
Assim como cogitam há quase
uma semana, investigadores do
caso voltaram a dizer que ela
deverá ser indiciada formalmente pela morte de Ubiratan
-por homicídio doloso (com
intenção)- logo após prestar
os novos esclarecimentos.
O homicídio doloso deverá
ser duplamente qualificado:
por motivo fútil, já que Carla
teria tido ciúmes da delegada
da PF Renata Madi, que havia
conversado com o coronel por
telefone, e por não ter havido
chance de defesa da vítima
-Ubiratan estava desarmado,
seminu (envolto por uma toalha) e tentava se levantar de um
sofá, em sua sala.
O pedido de prisão de Carla,
caso seja feito pelas autoridades policiais, pode perder efeito
na próxima semana. De acordo
com o Código Eleitoral, "nenhuma autoridade poderá, desde cinco dias antes e até 48 horas depois do encerramento da
eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante
delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por
crime inafiançável".
Na opinião do promotor,
Carla é a única suspeita. "Todos
os indícios foram checados. Até
o momento não há nenhum outro indício que não aponte para
ela [Carla]."
No entender dos investigadores, Carla esteve no apartamento do coronel entre as 18h e
as 20h30. O horário estimado
para o assassinato dele é entre
as 19h30 e as 20h30. Vizinhos
afirmam ter ouvido um barulho
forte no local nesse período. Segundo Carla, tratou-se da batida forte de uma porta.
Na busca de uma prova para
ajudar no provável indiciamento de Carla, peritos analisam as
roupas que ela usou no dia do
crime. Por uma varredura milimétrica no tecido, eles tentam
encontrar fragmentos de sangue da vítima ou partículas de
chumbo nas peças. Imagens dela chegando em seu apartamento também são investigadas, pois suspeita-se que Carla
tenha entregue roupas diferentes das usadas no sábado do crime à polícia.
Ontem, a Folha tentou, por
meio de telefonemas e por e-mail, entrevistar Carla, mas ela
não retornou os pedidos.
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