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Polícia de SP prende 15 perueiros em operação
Associação Paulistana é suspeita de ter envolvimento com facção criminosa
Presidente do grupo, um ex-cabo da Polícia Militar, foi preso depois que munição irregular de fuzil e maconha foram localizadas na ação
DIEGO ZANCHETTA
DO "AGORA"
A Polícia Civil prendeu ontem 15 integrantes da diretoria
da Associação Paulistana, cooperativa de perueiros da zona
leste da capital presidida pelo
ex-cabo da PM Aguinaldo Sabino, 40. Ele foi flagrado com munições de fuzil na entidade.
A operação, que mobilizou
cerca de 80 policiais da 7ª Seccional (Itaquera) e fechou por
mais de cinco horas quatro garagens -onde ficam aproximadamente 1.300 lotações-,
cumpriu mandado de busca e
apreensão expedido na última
segunda-feira pela Justiça.
Segundo o delegado Murilo
Roque Fonseca, responsável
pelo inquérito que apura desde
outubro do ano passado o envolvimento entre a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e a Associação
Paulistana, foram apreendidos
um volume em dinheiro, ainda
não contabilizado, mais de 50
computadores, documentos,
notas fiscais e tacógrafos.
Entre os presos, quatro foram indiciados por porte ilegal
de munição e tráfico -havia
maconha na garagem 2 da cooperativa. "O Sabino e outros
dois diretores vão ficar presos
porque estavam com porte ilegal de munição e drogas. Os demais serão liberados", disse o
delegado. Segundo ele, o diretor da garagem 2, Cléber Coca,
34, investigado por extorsão e
ligação com o PCC, fugiu.
Também houve operação na
garagem 3 da entidade, que tem
como um dos coordenadores o
vereador Senival Moura (PT),
ligado aos perueiros. O petista
estava na sede da cooperativa,
no Itaim Paulista (zona leste),
quando os investigadores da 7ª
Seccional chegaram. Ele prestou depoimento e foi liberado.
Já Sabino chegou à delegacia
algemado, por volta das 15h, e
negou em depoimento que a
munição para fuzil, encontrada
em sua sala, fosse dele.
Sabino pediu licença da PM
em 2004 e foi exonerado do
cargo, a pedido, no dia 16 deste
mês. Na Corregedoria da PM, já
foi investigado por enriquecimento ilícito.
Entre seus cooperados, é
descrito como uma pessoa que
faz constantes ameaças aos inimigos e possui carros importados e imóveis de alto padrão.
Ele assumiu a função de presidente quando Erimar Freire
Neto decidiu se afastar.
Denúncias
As denúncias de extorsões
dentro da cooperativa liderada
pelo ex-cabo da PM foram reveladas em março. Segundo
motoristas, eles teriam de pagar propina de R$ 45 por dia para rodar nas linhas da cooperativa. No inquérito da 7ª Seccional, a polícia apurou também
que a maior parte dos diretores
da Associação Paulistana era da
Transmetro, cooperativa extinta em 2003 por suspeitas de envolvimento com o crime organizado.
Em julho, surgiu outra evidência de ligação da Associação
Paulistana com o PCC: um rádio Nextel, que havia sido comprado em um lote de 12 aparelhos pela garagem comandada
por Coca, foi deixado por bandidos após um ataque à delegacia de Suzano.
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