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SISTEMA DE COTAS
Estudo aponta que renda exclui mais que cor
ANTÔNIO GOIS
ENVIADO ESPECIAL A CAXAMBU
(MG)
Um estudo divulgado
nesta semana no 15º Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu (MG),
mostra que é a renda, e
não a raça, o principal fator que explica a desigualdade racial no acesso ao
ensino superior.
O estudo feito por Cibele Yahn de Andrade e Norberto Dachs, da Unicamp
(Universidade Estadual de
Campinas), evidencia que
apenas 5% dos pretos e
pardos de 18 a 24 anos chegaram a esse nível de ensino, enquanto entre os
brancos esse percentual
foi de 21%.
No entanto, quando se
analisa apenas os jovens
pretos e pardos de 18 a 24
anos que vieram de famílias com renda per capita
superior a cinco salários
mínimos, o percentual deles com acesso a universidade chega a 56%. Se vierem de famílias com renda
inferior a meio salário mínimo, o percentual é 0,6%.
Os que são a favor das
cotas em universidades,
no entanto, poderão fazer
outra leitura: mesmo
quando esses jovens estão
em condições financeiras
semelhantes às dos jovens
brancos, ainda assim, a desigualdade persiste, já que
a mesma taxa entre os
brancos do estrato de renda mais alto é de 73%, ou
seja, 17 pontos percentuais
superior ao dos demais estudantes comparados. Entre os brancos mais pobres, o percentual de acesso é baixo (2,3%), mas,
também aí, ele é superior
ao de pretos e pardos.
Esses dados mostram
que, de fato, a desigualdade no acesso ao ensino superior é explicada principalmente pela renda.
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