São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2006

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Polícia Federal prende 19 policiais rodoviários em Mato Grosso do Sul

Patrulheiros são acusados de receptação, contrabando e tráfico de drogas

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal de Mato Grosso do Sul prendeu ontem 19 policiais rodoviários estaduais na Operação Gato de Botas. As detenções ocorreram simultaneamente em sete municípios -Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Aquidauana, Terenos, Nioaque e Amambaí.
Os patrulheiros são acusados de vários crimes, como formação de quadrilha, falsificação de documentos, receptação de veículos roubados, contrabando e descaminho, prevaricação, corrupção passiva e tráfico de drogas.
Ao todo, a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande expediu 20 mandados de prisão, mas um dos suspeitos de pertencer à suposta organização criminosa formada por policiais rodoviários está foragido. Foram emitidos ainda 22 mandados de busca e apreensão.
Mais de cem policiais federais participaram da operação, que foi coordenada pela Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande e pela delegacia da Polícia Federal em Dourados.
Segundo o delegado César Galloni, o grupo acusado começou a ser investigado em agosto de 2005, após uma denúncia de um traficante no Paraná. "O preso disse em depoimento que, quando passou por Mato Grosso do Sul, policiais facilitaram o transporte da droga até o outro lado do Estado, e que era comum a colaboração inclusive da Polícia Militar."
Galloni informou que mais patrulheiros podem estar envolvidos com esse esquema de corrupção encontrado na fronteira. "Estamos ouvindo outros policiais para saber se eles têm ligação com o bando."
Os policiais detidos foram indiciados e seriam encaminhados para custódia em Campo Grande. "Todos os policiais foram ouvidos e negaram envolvimento com os crimes, mas temos provas robustas que os incriminam no caso", disse o delegado responsável pelas investigações. Ele afirmou que a operação foi batizada de Gato de Botas em referência à esperteza do gato e ao tipo de calçado usado pela corporação envolvida.
Em 2000, 35 pessoas -incluindo 12 policiais civis, militares e rodoviários federais- foram presas no Estado acusadas de participar de roubos de carros na região. Dez pessoas foram condenadas pela Justiça Militar.


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