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No Dia Mundial Sem Carro, São Paulo enfrenta lentidão
Trânsito complicado assustou motoristas em vias como av. Pacaembu e marginal Tietê
Campanha para deixar carro em casa teve pouca adesão; para organizador, expectativa foi superada, pois meta é discutir o excesso de veículos
Leonardo Wen/Folha Imagem
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Lentidão no sentido Lapa-Penha da marginal Tietê ontem pela manhã; São Paulo teve trânsito intenso apesar do Dia Mundial Sem Carro
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No Dia Mundial Sem Carro,
São Paulo teve congestionamento incomum para um sábado. Quem tentou circular pelas
principais vias, como Consolação e marginal Tietê, enfrentou
lentidão -segundo a CET, chegou a 10 km o congestionamento na manhã. Com a ajuda do
calor, o alto nível de ozônio deixou duas regiões em estado de
atenção: Ibirapuera e USP.
O trânsito na região da rua 25
de Março estava complicado. À
tarde, a rua Oscar Freire e a
avenida Doutor Arnaldo enfrentaram congestionamentos.
O problema se repetiu nas
avenidas Rebouças e Pacaembu, na zona oeste, e Rubem
Berta, na zona sul. Nas vias
Amaral Gurgel e São João, no
centro, o trânsito assustou as
pessoas. Com o Minhocão fechado, eram a única alternativa
para quem foi surpreendido.
"Não sabia que iria fechar",
disse o taxista Marcelo Silva,
33. "Sábado é movimentado,
muitos trabalham, compram. O
Dia Sem Carro não pegou."
A reportagem circulou pelas
zonas sul, oeste, central e norte
de manhã e à tarde e quase não
encontrou paulistanos que deixaram o carro na garagem.
Mesmo quem o fez reclamou.
O engenheiro Guilherme
Britto, 39, transferiu sua corrida matinal da USP para o parque Ibirapuera para não usar
carro. "Corri 3 km até o parque.
Observei como o paulistano,
dentro e fora do carro, não respeita a faixa de pedestre. É uma
atitude desagradável e perigosa."
O passeio ciclístico das 9h,
com saída do Ibirapuera, teve
poucos participantes. À tarde, a
bicicletada na Paulista reuniu
mais pessoas. Em frente ao
Conjunto Nacional, houve aulas públicas sobre mobilidade
urbana, com pouca adesão.
No largo da Concórdia, no
centro, um motorista que admitiu à polícia estar embriagado atropelou oito mulheres de
manhã. Nenhuma vítima corria
risco de morte.
Para Oded Grajew, do Movimento Nossa São Paulo (organizador do evento), a expectativa foi superada. Não há ainda
um balanço da adesão -será
feita uma pesquisa do Ibope.
Ele ressalta que o importante
não era apenas as pessoas deixarem o carro em casa, mas trazer a discussão sobre o excesso
de veículos para a sociedade.
"A idéia é provocar uma pressão para ter outras alternativas
de transporte, mostrar as deficiências do transporte público
e, agora, sugerir ao governo aumento de ciclovias e fechamento de ruas aos domingos."
O secretário do Verde e do
Meio Ambiente, Eduardo Jorge, disse que houve avanço.
"Em 2005, só eu, o prefeito [na
época José Serra] e os secretários aderimos. No ano passado,
a Câmara também participou.
E, neste ano, mais de 200 entidades se mobilizaram, houve
também a Virada Esportiva",
disse. Segundo ele, é necessário
ter noção de que é um processo.
"É uma mudança cultural." (DANIELA TÓFOLI, AFRA BALAZINA, PH RODRIGUES, RAFAEL TARGINO e GILMAR PENTEADO)
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