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Ladrões invadem casa de vereador e fazem cinco reféns
Os assaltantes se entregaram após mais de 3 horas de cerco policial à casa de Wadih Mutran (PP), na zona norte de SP
Os criminosos usaram um carro identificado com propaganda eleitoral de outro candidato a vereador pelo mesmo partido
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco homens armados com
metralhadora e pistolas invadiram ontem pela manhã a casa
do vereador Wadih Mutran
(PP), 72, na zona norte de São
Paulo, e mantiveram a mulher
do político, de 70 anos, duas
empregadas e duas pessoas que
passavam pela rua como reféns
por mais de três horas.
De acordo com a Polícia Civil,
a quadrilha pretendia roubar
jóias e dinheiro. O grupo procurava R$ 5 milhões que estariam
guardados num cofre e seriam
dinheiro de campanha. Mutran
negou ter esse valor.
Os assaltantes, que chegaram
a trocar tiros com a Polícia Militar, foram presos após negociar sua rendição e libertar as
vítimas -duas delas, um adolescente e um homem, foram
agredidas com socos e tapas.
Os criminosos usaram um
carro clonado e identificado
com propaganda eleitoral do
candidato a vereador pelo PP
Marcelo Frisoni, marido da
apresentadora da TV Globo
Ana Maria Braga.
Segundo as vítimas, dois integrantes da quadrilha estacionaram um Fiat Palio cinza
identificado com o material de
campanha de Frisoni em frente
à casa de Mutran, na Vila Maria. Dentro do imóvel estavam a
mulher do político, Iracema
Mutran, e as empregadas Miriam Maria da Silva, 29, e Quesia Ferreira da Silva, 26.
Os assaltantes tocaram a
campainha às 8h15 e disseram a
uma das empregadas que queriam entregar material de campanha ao vereador, que é candidato à reeleição. Mutran tinha
saído dez minutos antes.
Frisoni afirmou que "soube
por telefone ontem à tarde"
que os ladrões usaram material
de campanha com seu nome.
Ele afirma que ainda nem teve
acesso ao material -que é distribuído pelo partido.
Abordagem
"Eles tocaram a campainha,
disseram que iam deixar material de campanha e eu abri a
porta. Foi aí que eles me renderam", relatou Miriam, uma das
empregadas mantidas reféns.
Quesia e Iracema foram rendidas depois. Em seguida, outros três homens chegaram
num Eco Sport preto. De dentro do carro tiraram um pé de
cabra e uma ferramenta para
quebrar cadeados.
O ajudante Emerson Carolino Brito do Nascimento, 17, e o
encarregado Josinaldo Ramos
Ferreira, 39, que passavam na
rua rumo ao trabalho, foram
rendidos e obrigados a entrar
na casa, onde foram agredidos.
Vizinhos presenciaram a cena e chamaram a PM, que chegou a trocar tiros com os ladrões. Às 9h30, Emerson e Quesia foram liberados. Os ladrões se entregaram às 11h20.
"Foi horrível. Eles queriam
R$ 5 milhões. Não temos isso.
Colocaram a arma no meu ouvido e falaram que matariam
todos porque a "casa caiu'", disse Iracema. O grupo seria procurado pela Polícia Federal.
Os advogados dos presos disseram que eles não sabiam que
a casa era de Mutran e que não
atiraram contra a PM.
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