São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Ladrões invadem casa de vereador e fazem cinco reféns

Os assaltantes se entregaram após mais de 3 horas de cerco policial à casa de Wadih Mutran (PP), na zona norte de SP

Os criminosos usaram um carro identificado com propaganda eleitoral de outro candidato a vereador pelo mesmo partido

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco homens armados com metralhadora e pistolas invadiram ontem pela manhã a casa do vereador Wadih Mutran (PP), 72, na zona norte de São Paulo, e mantiveram a mulher do político, de 70 anos, duas empregadas e duas pessoas que passavam pela rua como reféns por mais de três horas.
De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha pretendia roubar jóias e dinheiro. O grupo procurava R$ 5 milhões que estariam guardados num cofre e seriam dinheiro de campanha. Mutran negou ter esse valor.
Os assaltantes, que chegaram a trocar tiros com a Polícia Militar, foram presos após negociar sua rendição e libertar as vítimas -duas delas, um adolescente e um homem, foram agredidas com socos e tapas.
Os criminosos usaram um carro clonado e identificado com propaganda eleitoral do candidato a vereador pelo PP Marcelo Frisoni, marido da apresentadora da TV Globo Ana Maria Braga.
Segundo as vítimas, dois integrantes da quadrilha estacionaram um Fiat Palio cinza identificado com o material de campanha de Frisoni em frente à casa de Mutran, na Vila Maria. Dentro do imóvel estavam a mulher do político, Iracema Mutran, e as empregadas Miriam Maria da Silva, 29, e Quesia Ferreira da Silva, 26.
Os assaltantes tocaram a campainha às 8h15 e disseram a uma das empregadas que queriam entregar material de campanha ao vereador, que é candidato à reeleição. Mutran tinha saído dez minutos antes.
Frisoni afirmou que "soube por telefone ontem à tarde" que os ladrões usaram material de campanha com seu nome. Ele afirma que ainda nem teve acesso ao material -que é distribuído pelo partido.

Abordagem
"Eles tocaram a campainha, disseram que iam deixar material de campanha e eu abri a porta. Foi aí que eles me renderam", relatou Miriam, uma das empregadas mantidas reféns.
Quesia e Iracema foram rendidas depois. Em seguida, outros três homens chegaram num Eco Sport preto. De dentro do carro tiraram um pé de cabra e uma ferramenta para quebrar cadeados.
O ajudante Emerson Carolino Brito do Nascimento, 17, e o encarregado Josinaldo Ramos Ferreira, 39, que passavam na rua rumo ao trabalho, foram rendidos e obrigados a entrar na casa, onde foram agredidos.
Vizinhos presenciaram a cena e chamaram a PM, que chegou a trocar tiros com os ladrões. Às 9h30, Emerson e Quesia foram liberados. Os ladrões se entregaram às 11h20.
"Foi horrível. Eles queriam R$ 5 milhões. Não temos isso. Colocaram a arma no meu ouvido e falaram que matariam todos porque a "casa caiu'", disse Iracema. O grupo seria procurado pela Polícia Federal.
Os advogados dos presos disseram que eles não sabiam que a casa era de Mutran e que não atiraram contra a PM.


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