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Líder da greve da polícia deve ser transferido
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Adpesp (Associação dos Delegados do Estado de São Paulo), Sergio Marcos Roque, deve ser afastado
hoje do Dipol (Departamento
de Inteligência da Polícia Civil)
e transferido para outro setor
da polícia.
Segundo fontes do governo,
não se trata de retaliação devido à greve de policiais civis, iniciada no dia 16 de setembro, e,
sim, uma decisão estratégica,
uma vez que o Dipol concentra
as informações sobre quais setores aderiram à paralisação e
quais não pararam. Roque é delegado titular.
A Folha apurou que a decisão foi tomada ontem à tarde
pelo secretário da Segurança,
Ronaldo Marzagão, ao ser informado de que um líder grevista estava lotado no setor de
inteligência da polícia. O governador José Serra (PSDB) não
participou da decisão.
Representantes do comando
de greve dos policiais anunciaram para hoje uma manifestação por melhores salários. Segundo os organizadores, o ato
começará às 11h e deve reunir
mil pessoas, que caminharão
pela região central até à sede da
Secretaria da Segurança.
Segundo o delegado André
Dahmer, diretor da associação
dos delegados, a adesão à greve
ontem foi de 90% nas delegacias do interior e de 70% nas
delegacias da capital. A Secretaria de Segurança não divulgou balanço, mas havia dito, na
semana passada, que a mobilização atingia 40% dos distritos
no interior e 30% na capital.
Seguindo orientações do comando de greve, as delegacias
que aderiram ao movimento
estão registrando apenas casos
considerados graves, como homicídios, roubos e seqüestros.
De acordo com os organizadores, a manifestação deve ser
uma resposta à "pressão" que
os policiais estariam sofrendo
do governo do Estado, como a
ordem do secretário da Segurança para que os policiais militares encaminhem o registro
de crimes diretamente ao Ministério Público.
Marzagão disse, por meio de
sua assessoria, que essa medida
visa "evitar que a população seja prejudicada".
Desde sexta-feira, segundo
balanço divulgado ontem pela
secretaria, policiais militares
registraram diretamente 201
boletins de ocorrência.
A Procuradoria Geral do Estado notificou ontem o Ministério Público do Trabalho que
os policiais estariam desrespeitando uma liminar que determina a manutenção dos serviços à população com 80% do
efetivo e sem a interrupção total de qualquer atividade.
Colaborou a Reportagem Local
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