São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Líder da greve da polícia deve ser transferido

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Adpesp (Associação dos Delegados do Estado de São Paulo), Sergio Marcos Roque, deve ser afastado hoje do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil) e transferido para outro setor da polícia.
Segundo fontes do governo, não se trata de retaliação devido à greve de policiais civis, iniciada no dia 16 de setembro, e, sim, uma decisão estratégica, uma vez que o Dipol concentra as informações sobre quais setores aderiram à paralisação e quais não pararam. Roque é delegado titular.
A Folha apurou que a decisão foi tomada ontem à tarde pelo secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão, ao ser informado de que um líder grevista estava lotado no setor de inteligência da polícia. O governador José Serra (PSDB) não participou da decisão.
Representantes do comando de greve dos policiais anunciaram para hoje uma manifestação por melhores salários. Segundo os organizadores, o ato começará às 11h e deve reunir mil pessoas, que caminharão pela região central até à sede da Secretaria da Segurança.
Segundo o delegado André Dahmer, diretor da associação dos delegados, a adesão à greve ontem foi de 90% nas delegacias do interior e de 70% nas delegacias da capital. A Secretaria de Segurança não divulgou balanço, mas havia dito, na semana passada, que a mobilização atingia 40% dos distritos no interior e 30% na capital.
Seguindo orientações do comando de greve, as delegacias que aderiram ao movimento estão registrando apenas casos considerados graves, como homicídios, roubos e seqüestros.
De acordo com os organizadores, a manifestação deve ser uma resposta à "pressão" que os policiais estariam sofrendo do governo do Estado, como a ordem do secretário da Segurança para que os policiais militares encaminhem o registro de crimes diretamente ao Ministério Público.
Marzagão disse, por meio de sua assessoria, que essa medida visa "evitar que a população seja prejudicada".
Desde sexta-feira, segundo balanço divulgado ontem pela secretaria, policiais militares registraram diretamente 201 boletins de ocorrência.
A Procuradoria Geral do Estado notificou ontem o Ministério Público do Trabalho que os policiais estariam desrespeitando uma liminar que determina a manutenção dos serviços à população com 80% do efetivo e sem a interrupção total de qualquer atividade.


Colaborou a Reportagem Local


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