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No Dia Mundial Sem Carro, SP tem trânsito maior que a média
Lentidão de 143 km às 19h foi 25% acima da média das 5 últimas segundas-feiras; de manhã, chegou a estar abaixo
Avenida Paulista foi palco de protestos de manifestantes com estruturas de plástico que ocupavam o espaço de um carro e de ciclistas
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Manifestantes em ato na av. Paulista no Dia Mundial Sem Carro; capital teve 143 km de lentidão às 19h
RICARDO SANGIOVANNI
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 143 km de lentidão registrados às 19h de ontem -25%
acima da média das cinco últimas segundas-feiras-, em pleno Dia Mundial Sem Carro,
mostraram que um trânsito
mais ameno em São Paulo ainda é um sonho distante.
De manhã, porém, o trânsito
chegou a estar 25% abaixo da
média -75 km às 9h, segundo a
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). "Estatisticamente, a eficácia [do Dia Sem
Carro] é zero, a adesão é mínima. Mas nem por isso deixa de
ter importância simbólica", diz
o consultor de transportes Horácio Figueira.
Especialistas em mobilidade
urbana, ambientalistas e ONGs
também discutiram, em eventos, os prejuízos à saúde e ao
ambiente causados pela emissão de poluentes dos carros.
Após debate com os candidatos à prefeitura organizado pelo Movimento Nossa São Paulo,
o coordenador do Laboratório
de Poluição da USP, Paulo Saldiva, leu manifesto em defesa
do cumprimento integral da resolução 315/02 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente.
Ela prevê reduções das emissões a partir de 2009 e depende
do fornecimento de diesel e
motores menos poluentes. Mas
corre risco de não ser cumprida
integralmente, pois a Petrobras
e as montadoras não garantem
as mudanças.
"Cada real não investido para
diminuir a poluição custa R$ 8
à saúde. As políticas públicas
precisam levar isso em conta."
Segundo Saldiva, isso equivale a cerca de 3.000 mortes e
gastos de R$ 1 bilhão por ano na
capital paulista, conforme modelo de cálculo da Organização
Mundial da Saúde.
A avenida Paulista foi palco
de dois protestos. Por volta das
11h, manifestantes desfilaram
no meio da pista, carregando
estruturas de plástico que ocupavam o espaço de um carro. À
noite foi a vez de ciclistas. Participantes estimaram pouco
mais de 300 presentes; a expectativa era de reunir mil. A Polícia Militar não fez contagem.
Vestido de terno e gravata
por ter participado horas antes
de uma reunião de trabalho, o
artista plástico Marcelo Siqueira, 30, contou que a intenção do
ato era reocupar espaço urbanos originalmente destinados
às pessoas, mas atualmente dominados pelos automóveis.
"Estamos aqui não só para pedalar, mas para conscientizar
as pessoas", disse.
O único evento ligado ao Dia
Sem Carro organizado pela
prefeitura foi a inauguração de
uma exposição sobre a história
do transporte coletivo, no parque Ibirapuera (zona sul).
De ônibus, o secretário Alexandre de Moraes (Transportes) chegou uma hora e 55 minutos atrasado ao evento, marcado para as 15h -disse ter gasto apenas 25 minutos da prefeitura ao parque. Ele foi recebido
pelo secretário Eduardo Jorge
(Meio Ambiente), que chegara
pontualmente, de bicicleta.
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