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Servidores da Saúde entram em greve em Pernambuco
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
A crise que atinge o sistema
público de saúde de Pernambuco voltou a se agravar ontem,
com o início da greve dos servidores do setor. Enfermeiros,
técnicos, laboratoristas e auxiliares suspenderam as atividades por tempo indeterminado,
em protesto contra a decisão de
criar uma fundação de direito
privado para gerir os hospitais.
Em seu primeiro dia, a greve
afetou principalmente o atendimento nos ambulatórios dos
três grandes hospitais da região
metropolitana de Recife. Apenas os serviços de emergência,
como a revisão de cirurgias e a
liberação de medicamentos
controlados e de uso contínuo,
foram mantidos.
Nos ambulatórios, pacientes
que aguardavam atendimento
desde a madrugada voltaram
para casa. "Acho uma falta de
respeito", disse a faxineira Rosana Célia da Silva, 37, que foi
ao hospital da Restauração,
mas não foi atendida.
Filas também se formaram
nos hospitais Agamenon Magalhães e Getúlio Vargas.
Nas emergências, os grevistas mantiveram servidores em
escala de plantão e o atendimento foi normal. Os médicos
da rede estadual, que encerraram na semana passada um
movimento demissionário por
melhores salários, trabalharam
normalmente. No hospital de
campanha da Aeronáutica,
montado durante o protesto
dos médicos na divisa de Recife
e Jaboatão dos Guararapes,
205 pessoas foram atendidas
ontem. Em 21 dias, a unidade
socorreu 5.058 pacientes.
Segundo a presidente do
Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Seguridade Social de Pernambuco),
Maria Perpétua Rodrigues, cerca de 70% da categoria, formada por 23.500 servidores, aderiu ontem à greve.
A Secretaria da Saúde de Pernambuco não avaliou a greve.
Em nota, disse ontem que o
projeto será mantido e negou
que a criação da entidade signifique a privatização do setor.
"Todo o atendimento na rede
pública continuará 100% gratuito", afirmou. A secretaria
negou ainda qualquer prejuízo
para os servidores, com a criação da fundação. Todos, afirmou, continuarão com o mesmo regime de trabalho.
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