São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Servidores da Saúde entram em greve em Pernambuco

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

A crise que atinge o sistema público de saúde de Pernambuco voltou a se agravar ontem, com o início da greve dos servidores do setor. Enfermeiros, técnicos, laboratoristas e auxiliares suspenderam as atividades por tempo indeterminado, em protesto contra a decisão de criar uma fundação de direito privado para gerir os hospitais.
Em seu primeiro dia, a greve afetou principalmente o atendimento nos ambulatórios dos três grandes hospitais da região metropolitana de Recife. Apenas os serviços de emergência, como a revisão de cirurgias e a liberação de medicamentos controlados e de uso contínuo, foram mantidos.
Nos ambulatórios, pacientes que aguardavam atendimento desde a madrugada voltaram para casa. "Acho uma falta de respeito", disse a faxineira Rosana Célia da Silva, 37, que foi ao hospital da Restauração, mas não foi atendida.
Filas também se formaram nos hospitais Agamenon Magalhães e Getúlio Vargas.
Nas emergências, os grevistas mantiveram servidores em escala de plantão e o atendimento foi normal. Os médicos da rede estadual, que encerraram na semana passada um movimento demissionário por melhores salários, trabalharam normalmente. No hospital de campanha da Aeronáutica, montado durante o protesto dos médicos na divisa de Recife e Jaboatão dos Guararapes, 205 pessoas foram atendidas ontem. Em 21 dias, a unidade socorreu 5.058 pacientes.
Segundo a presidente do Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Seguridade Social de Pernambuco), Maria Perpétua Rodrigues, cerca de 70% da categoria, formada por 23.500 servidores, aderiu ontem à greve.
A Secretaria da Saúde de Pernambuco não avaliou a greve. Em nota, disse ontem que o projeto será mantido e negou que a criação da entidade signifique a privatização do setor.
"Todo o atendimento na rede pública continuará 100% gratuito", afirmou. A secretaria negou ainda qualquer prejuízo para os servidores, com a criação da fundação. Todos, afirmou, continuarão com o mesmo regime de trabalho.


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