|
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Enem substitui vestibular em 92 mil vagas de federais
Das 59 universidades, 23 usarão o exame do ensino médio como etapa única
Todas as federais usarão Enem de alguma forma, por exemplo, para compor pontuação final do candidato
PATRÍCIA GOMES
ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO
Mesmo com problemas como vazamento e adiamento,
ocorridos após sua reformulação, no ano passado, a influência do Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio)
não para de crescer.
Levantamento feito pela
Folha nas 59 universidades
federais e com dados dos 39
institutos federais mostra
que mais de 92 mil vagas serão oferecidas exclusivamente com a nota do Enem,
sem que o aluno precise fazer outras provas.
A projeção é que, em 2011,
essas instituições tenham ao
todo 235 mil vagas, a serem
preenchidas também por outros processos seletivos.
A substituição total do
vestibular pelo Enem ocorre
de duas maneiras.
Na primeira, majoritária,
as universidades aderem a
um sistema integrado que
seleciona os alunos para cursos de todo o país, exclusivamente usando o Enem.
Na segunda, as instituições fazem um ranking próprio da nota do Enem entre
os candidatos.
No ano passado, foram
apenas 47 mil vagas oferecidas por este sistema integrado, chamado Sisu e criado
pelo Ministério da Educação.
"Se não tivesse ocorrido o
vazamento, o Enem estaria
ainda mais forte", disse o
consultor Rudá Ricci.
MAIS VAGAS
Das 59 federais, 23 usarão
o Enem como etapa única,
mas todas vão utilizar a nota
de alguma forma, por exemplo, pontuação na nota final.
As que vão usar mais timidamente são as que optaram
apenas para preencher vagas
remanescentes, como UnB
(Brasília) e Ufal (Alagoas).
Como algumas universidades federais ainda definem a abertura de cursos para o próximo ano, o número
de vagas disputadas por
meio do Enem deve crescer.
É o caso da UFABC (federal
do ABC), que confirmou que
100% de suas vagas serão
preenchidas pelo sistema integrado do MEC, mas ainda
não definiu quantos postos
terá em 2011.
Em São Paulo, a principal
adesão foi da UFSCar (federal
de São Carlos). Em junho, o
reitor Targino de Araújo Filho deu como motivo para
abandonar a prova própria a
perspectiva de poder abrir as
portas da universidade para
estudantes de todo o país.
SEM ADESÃO
A maior parte das instituições que não usaram o Enem
de nenhuma forma no ano
passado, mas que passam a
utilizá-lo agora, alegaram
falta de tempo hábil para terem participado da primeira
edição do sistema integrado.
Uma das universidades
que apresentaram a justificativa foi a UFMG (de Minas),
que passou a usar o exame
como primeira fase de seu
processo seletivo.
O surgimento de novas vagas, seja pela criação de cursos em instituições que já
aderiam ao Sisu seja pela
criação de novas universidades -como Unilab e Ufopa
(Oeste do Pará)- também
ajudam a explicar o aumento
desse número.
Especialistas ouvidos pela
Folha atribuem esse aumento ainda a razões políticas,
como moeda de troca para liberação de verbas do Reuni
(programa do governo federal que expande as universidades federais), e financeiras- porque é mais barato e
simples "terceirizar" para o
governo federal a organização e a execução do processo
seletivo.
Procurado, o Ministério da
Educação não quis se pronunciar.
Colaborou THIAGO AZANHA
Próximo Texto: Frases Índice | Comunicar Erros
|