São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

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Verba é menor que a prevista, diz governo

Segundo secretário de Estado de Planejamento, o corte de recursos para a realização de obras se deve à baixa arrecadação

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Estado de Planejamento, Fernando Braga, afirmou que os cortes de gastos estão sendo realizados porque a arrecadação do governo de São Paulo está aquém do previsto na época da elaboração do Orçamento de 2006, em setembro do ano passado.
"Alongar o cronograma de obras é possível, mas déficit não faremos. O que foi executado será pago. Passo maior que a perna esse governo nunca deu e não é agora que vai dar. Ninguém aqui vai largar um centavo de dívida para trás", diz Braga. Ele argumenta que as condições econômicas do Brasil também foram prejudiciais.
Segundo nota divulgada pelo Palácio dos Bandeirantes, além do crescimento do PIB abaixo da expectativa, o governo federal também não efetuou os repasses previstos para este ano.
A nota cita que não chegaram da União as verbas do Fundo de Segurança Nacional e do Fundo Penitenciário nem R$ 140 milhões para o Rodoanel. A CPTM diz que também pretendia obter recursos federais para completar seu Orçamento.
Segundo o secretário, com os cortes de despesas, o governo do Estado não fechará o ano com déficit. "A diminuição do ritmo das obras é ação de uma administração responsável."

Empresas
O Metrô alega que seus investimentos estão dentro da previsão e do cronograma. Ele nega que a entrega da estação Alto do Ipiranga, adiada para março de 2007, seja um atraso porque essa é a data contratual.
A empresa afirma que a promessa de inaugurá-la em outubro de 2006 -repetida em publicações e discursos oficiais da gestão Alckmin e Lembo- era somente uma "antecipação".
A companhia não explicou por que ela não costumava anunciar publicamente que 2006 era só uma tentativa de antecipar a obra, e não um compromisso contratual.
Em relação à execução de só 26% do previsto no Orçamento, a assessoria do Metrô informou que a diferença foi compensada com a entrada de recursos do BNDES. Diz que já foram investidos R$ 583 milhões neste ano nas linhas 2 e 4 e que ainda pretende aplicar outros R$ 338 milhões.
A CPTM afirma que nenhum projeto foi cancelado e culpa o atraso a fatores como demora da licença e chuvas.
A Secretaria dos Transportes culpa a interrupção das obras em 156 km de rodovias -inclusive no trecho de serra da SP-125 (Osvaldo Cruz)- à demora do Tesouro Nacional para aprovar um financiamento do BID. O Ministério da Fazenda não se manifestou. (JEC e AI)


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