|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia investigará a ONG de padre Júlio
Objetivo da apuração é apurar se religioso usou verbas da instituição para pagar suspeitos de extorqui-lo
DO "AGORA"
A Polícia Civil vai investigar o
contrato da ONG Centro Social
Nossa Senhora do Bom Parto,
gerenciada pelo padre Júlio
Lancelotti, 64, com a Prefeitura
de São Paulo. A entidade recebe
R$ 581 mil mensais para manter 36 serviços na zona leste,
como a administração de creches. No mês passado, o padre
procurou a polícia e acusou um
ex-interno da antiga Febem de
extorsão.
Disse à polícia ter repassado
cerca de R$ 50 mil ao suposto
criminoso e seus cúmplices.
Anderson Batista, 25, o ex-interno, sua mulher, Conceição
Eletério, 44, e os irmãos Everson e Evandro dos Santos Guimarães tiveram a prisão decretada. Só Everson foi preso. O
padre afirma ter sido chantageado por três anos.
A polícia quer saber se algum
valor dado ao suspeito foi pago
com dinheiro da ONG, conforme relatou ontem à polícia o
advogado do ex-interno, Nelson Bernardo da Costa. O advogado, porém, não apresentou
documentos que comprovem a
origem do dinheiro movimentado pelo seu cliente. Ele disse
que Batista deve se entregar.
"O Anderson recebeu mais
de R$ 50 mil. Esse dinheiro do
padre era da ONG, nunca houve extorsão", disse o advogado.
"Precisamos investigar como
é o contrato da ONG e como o
padre gerenciava os recursos",
disse o delegado André Luiz Pimentel. "De qualquer forma, o
padre ainda é vítima."
Lancelotti afirma ter rendimento mensal de R$ 3.480
-R$ 1.000 da ONG e R$ 2.480
por prestar atendimento a internos da antiga Febem em liberdade assistida. Ele disse ter
pago os chantagistas com economias pessoais e doações de
amigos.
(DIEGO ZANCHETTA)
Texto Anterior: Secretário diz que polícia usa "inteligência" Próximo Texto: Religioso não comenta caso e se diz "triste" Índice
|