São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

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Polícia investigará a ONG de padre Júlio

Objetivo da apuração é apurar se religioso usou verbas da instituição para pagar suspeitos de extorqui-lo

DO "AGORA"

A Polícia Civil vai investigar o contrato da ONG Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, gerenciada pelo padre Júlio Lancelotti, 64, com a Prefeitura de São Paulo. A entidade recebe R$ 581 mil mensais para manter 36 serviços na zona leste, como a administração de creches. No mês passado, o padre procurou a polícia e acusou um ex-interno da antiga Febem de extorsão.
Disse à polícia ter repassado cerca de R$ 50 mil ao suposto criminoso e seus cúmplices. Anderson Batista, 25, o ex-interno, sua mulher, Conceição Eletério, 44, e os irmãos Everson e Evandro dos Santos Guimarães tiveram a prisão decretada. Só Everson foi preso. O padre afirma ter sido chantageado por três anos.
A polícia quer saber se algum valor dado ao suspeito foi pago com dinheiro da ONG, conforme relatou ontem à polícia o advogado do ex-interno, Nelson Bernardo da Costa. O advogado, porém, não apresentou documentos que comprovem a origem do dinheiro movimentado pelo seu cliente. Ele disse que Batista deve se entregar.
"O Anderson recebeu mais de R$ 50 mil. Esse dinheiro do padre era da ONG, nunca houve extorsão", disse o advogado.
"Precisamos investigar como é o contrato da ONG e como o padre gerenciava os recursos", disse o delegado André Luiz Pimentel. "De qualquer forma, o padre ainda é vítima."
Lancelotti afirma ter rendimento mensal de R$ 3.480 -R$ 1.000 da ONG e R$ 2.480 por prestar atendimento a internos da antiga Febem em liberdade assistida. Ele disse ter pago os chantagistas com economias pessoais e doações de amigos. (DIEGO ZANCHETTA)


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