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VIOLÊNCIA
Ataque de punks a skinhead foi briga de gangue, diz polícia
DA REPORTAGEM LOCAL
Para a Polícia Civil, o violento ataque de cerca de 20 punks
a um adolescente de 17 anos no
último sábado à noite, no centro de São Paulo, foi uma briga
entre gangues rivais. Os agressores e a própria vítima já eram
investigados pela delegacia que
apura crimes de intolerância.
O estudante só foi atacado
por causa de uma rixa anterior
e pelo fato de pertencer a um
grupo de skinheads rivais aos
punks, afirma a delegada Margarette Barreto, da Decradi
(Delegacia de Crimes Raciais e
Delitos de Intolerância).
"Foi um crime de intolerância que partiu dos punks. A motivação eram rixas antigas. A vítima já havia se envolvido em outras brigas anteriores entre
gangues", disse a delegada.
Os nove punks, com idades
entre 16 e 26 anos, presos em
flagrante acusados de espancar
Carvalho a socos e pontapés,
seriam membros do Vício
Punk. A vítima, por sua vez, que
tem o apelido de Chuck, integraria o Front 88, grupo que se
auto-intitula nacionalista, mas
que para a polícia é neonazista
-prega ódio a negros, judeus e,
inclusive, a punks.
O Vício Punk é um grupo
anarquista acusado de matar o
operador de scanner Ricardo
Sutanis Cardoso, 22, em 14 de
abril deste ano. A vítima, que
seria skinhead, foi esfaqueada
na rua Augusta, região central.
Na época, dois homens e um
adolescente suspeitos haviam
sido detidos pela polícia.
Até agora, a polícia tem registro de dois confrontos envolvendo skinheads e punks neste
ano em São Paulo, com um
morto e dois feridos. Punks
também já protagonizaram outras brigas, devido a discussões
com pessoas comuns, com um
saldo de cinco mortos.
O adolescente agredido no
sábado passado sofreu vários
traumas e fraturas no rosto e na
cabeça, segundo o Hospital
Nossa Senhora de Lourdes, no
Jabaquara, zona sul, onde ele
está internado. Ele não corre
risco de morte.
Sete punks foram indiciados
por tentativa de homicídio e
roubo -levaram seus tênis.
Com Jonhi Ranoni, 21, Karoline Castro, 18, Hudson Guimarães Rodrigues, 19, Antônio
Thiago Borges, 24, Bruno Finotti, 26, Thiago Pedro Souza
Severino, 18 e Bruno Ribeiro
Brito, 19, foram apreendidos
panfletos convocando punks
para um encontro em 11 de novembro no Teatro Municipal.
Dois menores de idade que
estavam no grupo foram encaminhados à Fundação Casa.
A agressão ao adolescente
ocorreu a menos de 100 metros
da sede da Rota (Ronda Ostensivas Tobias de Aguiar), da Polícia Militar. O adolescente caminhava com os amigos, os estudantes Eduardo Forastieri
Nieri e Maurício Simões, ambos com 18 anos, quando foram
surpreendidos pelos punks,
que voltavam de um show no
bairro Bom Retiro. Os dois colegas fugiram. O menor de idade não conseguiu correr e foi
cercado.
O caso foi registrado no 2º
Distrito Policial, no Bom Retiro. A polícia ainda procura
identificar e achar os outros
suspeitos.
Até a conclusão desta edição,
os representantes da vítima e
dos supostos agressores não retornaram os recados da Folha
para comentarem o assunto.
Anteontem, Nieri havia dito
que ele e seus amigos foram
atacados sem qualquer motivo
e que eles não pertencem a nenhum grupo. Naquela ocasião,
familiares dos acusados também disseram desconhecer
qualquer envolvimento dos
presos com punks.
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