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Policiais rejeitam proposta e mantêm greve
Grevistas ainda ampliaram o cronograma para três manifestações até a próxima quarta-feira; a primeira acontece hoje
Governo Serra disse que
já mostrou "boa vontade" e "lamentou" continuidade do movimento, que classifica
de político-eleitoral
ROGÉRIO PAGNAN
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As entidades que representam os policiais civis de São
Paulo rejeitaram, ontem, a nova proposta de reajustes salariais e benefícios oferecida pelo
governo do Estado para pôr fim
à greve da categoria, que se estende desde 16 de setembro.
Além de manter a paralisação por tempo indeterminado,
com expectativa para mais um
mês, o comando de greve ainda
ampliou o cronograma de duas
para três manifestações até a
próxima quarta. A primeira
ocorre hoje em todo o Estado.
O governo José Serra
(PSDB), que diz ver interesse
"político-eleitoral" no movimento, esperava que a greve
acabasse diante da proposta,
encaminhada segunda-feira à
Assembléia Legislativa, quatro
dias após o confronto entre
PMs e policiais civis.
A Folha apurou que um dos
motivos da resistência dos policiais é exatamente o teor de
parte desses projetos, já que os
benefícios seriam estendidos à
PM, que depois do confronto
passou a ser vista como favorável ao governo Serra.
Embora ao menos 2 das 18
entidades tenham se manifestado pelo fim da greve, a maioria preferiu manter o movimento na tentativa de continuar a pressionar o governo.
O tom da reação das entidades às propostas de Serra foi
dado em uma nota que classifica os projetos como "afronta ao
movimento e um desrespeito
aos policiais paulistas". A Adpesp (associação dos delegados
de SP) enviou à Assembléia pedidos de emenda aos projetos
que prevêem atender à reivindicação original da categoria:
15% de reajuste imediato e
duas parcelas anuais de 12%.
O governo oferece duas parcelas anuais de 6,5%, a partir de
2009. Segundo o governo, o salário médio dos delegados, hoje
de R$ 7.085,85, subiria para
R$ 8.100 já em janeiro.
O governo propõe, ainda,
aposentadoria especial (por 30
anos de serviço) e promoções
para 1.184 delegados e 16.032
policiais civis em 2009 -o Estado tem 35 mil policiais civis.
Também há previsão no projeto do governo de incorporar às
aposentadorias até 50% da gratificação por local de exercício.
Protestos
Além da manifestação de hoje na Assembléia, devem ocorrer atos no interior. Outro protesto está marcado para segunda. O maior, previsto para dois
dias depois, pretende mobilizar
policiais de todo o país.
Em nota, o governo diz que já
mostrou sua "disposição e boa
vontade" e "lamentou" a continuidade da greve.
O presidente da Adpesp, Sergio Roque, disse ontem que foi
voto vencido, pois acreditava
que pudesse discutir o impasse
com a greve suspensa. Os presidentes do sindicato dos delegados, José Leal, e o dos investigadores, João Batista Rebouças
Neto, foram procurados ontem, mas não responderam aos
recados deixados.
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