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Grupo de extermínio de PMs é investigado
Polícias Civil e Militar apuram a participação, na zona sul, de 10 soldados na morte por decapitação de 4 pessoas
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos dez soldados do
37º Batalhão da Polícia Militar,
no extremo sul de São Paulo,
são investigados pela Corregedoria da Polícia Militar, Polícia
Civil e Ouvidoria das Polícias
sob a suspeita de integrarem
um grupo de extermínio chamado de "Os Highlanders".
Levantamentos dos três órgãos apontam que, entre abril e
outubro deste ano, os corpos de
ao menos quatro homens foram localizados em Itapecerica
da Serra (Grande São Paulo), na
divisa com a capital. Todas as
vítimas tiveram as cabeças decepadas -daí o fato de os assassinos serem tratados pelos policiais como "Os Highlanders".
A principal suspeita dos investigadores que concentram
as informações sobre os quatro
homicídios é a de que as vítimas
tenham sido decapitadas para
dificultar a identificação delas.
Segundo PMs da Corregedoria da Polícia Militar e investigadores da Polícia Civil, além
de tentar dificultar a identificação das vítimas, o grupo também estaria despejando os corpos no município vizinho para
evitar que as investigações fossem conduzidas em São Paulo.
Os investigadores também
suspeitam que os corpos sejam
levados a Itapecerica da Serra
para que os homicídios não entrem nas estatísticas da região.
A Folha revelou em agosto
que o extremo sul de São Paulo,
área da 6ª Seccional, registrou
177 homicídios intencionais no
primeiro semestre deste ano
-ou seja, 28% dos assassinatos
ocorridos na cidade. Foram
630 casos ao todo na capital no
período -média diária de 3,4.
Deficiente mental
O caso mais recente investigado como cometido pelos
"highlanders" vitimou um deficiente mental -Antonio Carlos
Silva Alves, 31, conhecido como
Mão. Na tarde de 8 de outubro,
ele foi visto por testemunhas já
interrogadas pela Polícia Civil e
pela Corregedoria da PM sendo
colocado, vivo, no carro da PM
de nº 37104.
A abordagem policial a Alves
ocorreu no Jardim Capela (zona sul de SP), área da 6ª Seccional Sul. Quatro PMs do 37º Batalhão, segundo a Polícia Civil e
a Corregedoria da PM, são investigados por terem abordado
Alves: o 3º sargento Moisés Alves Santos, o cabo Joaquim
Aleixo Neto e os soldados Anderson dos Santos Sales e Rodolfo da Silva Vieira.
Dois dias depois de ter sido
visto sendo levado pelos PMs
do 37º Batalhão, o corpo de Alves foi achado em Itapecerica
da Serra. Estava decapitado e
sem as mãos. O corpo dele só foi
identificado por causa das tatuagens e cicatrizes que tinha.
Exames de DNA vão comprovar ou não o reconhecimento
feito por seus parentes. A cabeça e as mãos de Alves não foram
achadas até hoje.
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