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SP será mais populosa que Nova York em 2025, diz ONU
Entidade prevê que, em 17 anos, população da capital paulista chegue a 21,4 milhões
Mumbai e Nova Déli (Índia) vão ultrapassar São Paulo; Tóquio permanecerá em primeiro, Cidade do México e Nova York deixam lista
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
São Paulo permanecerá entre as cinco cidades com maior
população do planeta em 2025,
quando o vertiginoso crescimento das cidades asiáticas terá alterado o mapa das metrópoles. Mas precisará de políticas sociais que melhorem os indicadores de desigualdade, que
estão entre os mais altos, ao lado de cidades africanas.
A conclusão faz parte do "Estado Mundial das Cidades
2008/2009", estudo promovido pelo Programa das Nações
Unidas para os Assentamentos
Humanos (UN-Habitat) e divulgado ontem, simultaneamente, no Rio, em Londres e
em Bancoc.
Segundo as projeções da
ONU, São Paulo terá 21,4 milhões de habitantes em 2025,
caindo do quarto para o quinto
lugar no ranking das maiores
cidades do mundo -e superando Cidade do México e Nova
York, que hoje são a segunda e a
terceira mais populosas.
Tóquio permanecerá líder e
terá 36,4 milhões de habitantes
daqui a 17 anos, segundo o estudo. Mumbai (Índia), Nova Déli
(Índia) e Dacca (Bangladesh)
vão superar São Paulo, o que revela uma tendência verificada
nos últimos 20 anos.
"As populações das grandes
cidades encontram-se em expansão na Ásia e na África. Na
América Latina, o crescimento
está agora mais concentrado
nas pequenas e médias cidades", diz a urbanista mexicana
Cecília Martínez, diretora regional da UN-Habitat.
Segundo ela, a primeira década do atual século marca um estágio histórico importante:
"Mais de 50% da humanidade
passou a viver em áreas urbanas. E, em 2030, esse percentual vai chegar a 60%".
Desafios
Esse novo cenário impõe diversos desafios, segundo a
ONU. O primeiro é aproveitar a
concentração populacional nas
grandes cidades para atenuar
os efeitos do aquecimento global. "As cidades podem ser a solução, desde que consigamos
usar essa infra-estrutura urbana, poupando áreas intocadas.
Para isso será necessário melhorar o sistema de transporte
nas metrópoles", diz Martínez.
O outro desafio será o de reduzir a desigualdade nas metrópoles dos países em desenvolvimento, em especial, na
América Latina. Utilizando o
índice de Gini -que mede o
grau de concentração de renda,
numa escala de zero (nenhuma
concentração) a um (concentração máxima)-, São Paulo
está entre as mais desiguais do
mundo, com 0,61.
No Brasil, só é superada por
Goiânia (0,65) e Brasília (0,64).
Na América Latina, está ao lado
de Bogotá e perde para Quito
(0,54) e Caracas (0,48).
Numa comparação com países africanos, a desigualdade
em São Paulo supera a de cidades como Nairóbi (Quênia,
0,59) e Maputo (Moçambique,
0,52). Já Johannesburgo (0,75)
e Port Elizabeth (0,72), ambas
na África do Sul, têm coeficientes de Gini piores do que os registrados na capital paulista.
"As cidades da América Latina e da África concentram boa
parte da desigualdade social do
planeta, apesar dos esforços de
diversos governos nacionais e
locais na articulação de políticas públicas", disse Martínez.
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