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Reduzir leitos não é problema, diz ministério
Segundo secretário, queda no número de leitos, que ele afirma ser tendência, não significou desassistência para pacientes do SUS
Outro fator que explica
redução, de acordo com
Alberto Beltrame, foi o
crescimento das ações
de prevenção de doenças
Guga Matos/Folha Imagem
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Pacientes aguardam em corredor de hospital no Recife (PE); segundo o Ministério da Saúde, número de leitos do SUS diminuiu
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Saúde não vê
a redução dos leitos do SUS como algo necessariamente negativo. Segundo Alberto Beltrame, secretário nacional de
Atenção à Saúde, a queda no
número de leitos hospitalares é
uma tendência mundial.
"A tendência é que os hospitais passem a fazer os procedimentos de maior complexidade
e que os de menor complexidade sejam resolvidos nos ambulatórios [sem hospitalização]. É
o que acontece com as cirurgias
de catarata, por exemplo", diz.
O mesmo raciocínio vale para o tratamento de doentes de
Aids e alguns tipos de câncer,
que até alguns anos atrás precisavam ser internados.
Outro fator para a redução do
número de leitos, segundo Beltrame, foi o crescimento das
ações de prevenção de doenças,
como as realizadas pelo Programa Saúde da Família. Isso fez
com que menos pessoas fossem
internadas por causa de diarréia ou pneumonia. "Os pequenos hospitais veem o Saúde da
Família como inimigo porque
lhes tira clientela."
Ele acrescenta: "O número
de leitos no SUS se reduziu.
Mas isso causou desassistência? Eu posso afirmar que não".
Beltrame afirma ainda que o
crescimento dos leitos dedicados aos clientes de plano de
saúde nem sempre deve ser
considerado como algo positivo. Ele lembra que há muitos
pacientes que preferem ser internados porque há planos que
cobrem o custo de certos medicamentos, como os de câncer,
apenas durante a internação.
No entanto, o secretário de
Atenção à Saúde admite que a
tabela de remuneração do SUS
"não é a melhor tabela do mundo". "Não podemos comparar a
remuneração dos planos de
saúde com a remuneração do
SUS. Temos dificuldade de financiamento do sistema. De
qualquer forma, temos feito
reajustes."
As prioridades do Ministério
da Saúde, ele diz, são melhorar
a gestão dos hospitais públicos
para que os leitos sejam aproveitados de forma mais racional e manter uma "relação preferencial" com os hospitais filantrópicos (também chamados privados sem fins lucrativos, que devem destinar 60%
de seus atendimentos ao SUS) e
não com os hospitais privados
com fins lucrativos.
(RW)
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