São Paulo, sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Texto Anterior | Índice

Igreja do Pátio do Colégio ganha altar depois de 30 anos

De acordo com diretor do complexo, concepção arquitetônica faz releitura do barroco português

JAMES CIMINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de 30 anos de sua inauguração, em 1979, a igreja do Beato José de Anchieta (localizada no Pátio do Colégio, marco da fundação da cidade de São Paulo) finalmente ganhou um altar.
Ele é todo feito em granito. Tem ao fundo um painel central de azulejos dourados com o brasão da Companhia de Jesus e uma cruz, do século 16, originária da ilha da Madeira, que fazia parte do acervo do museu Anchieta, anexo à igreja.
A primeira missa após a reforma, que durou dois meses, acontecerá amanhã, às 19h, e será ministrada pelo arcebispo metropolitano de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer.
No local, também foram implantados oito painéis de azulejos azuis e brancos, que narram a história do beato e que falam sobre a liturgia do batismo e do evangelho segundo são João.
A igreja ganhou ainda uma pia batismal e um púlpito, ambos em granito, nova iluminação e readequação do mezanino que sustenta um órgão italiano Tamborini, comprado de uma igreja de São Bernardo do Campo em 2002.
Segundo o padre Carlos Alberto Contieri, diretor do complexo Pateo do Collegio e idealizador da reforma com o artista sacro Claudio Pastro, a reforma custou R$ 300 mil e foi financiada pela Companhia de Jesus e pela comunidade, que arrecadou fundos com jantares, rifas e macarronadas.
"A reforma foi uma necessidade porque o local não era adequado à eucaristia. Quando em 1979 terminou a construção, não foi previsto um altar. E o altar original, do século 17, foi destruído no fim do século 19."

Releitura barroca
Os painéis laterais e o grande painel central, ao fundo do altar, lembram muito a arquitetura barroca das igrejas históricas de Ouro Preto, Mariana e São João Del Rey, em Minas.
Os laterais, embora remetam claramente à clássica porcelana portuguesa, foram fabricados no Brasil, assim como o granito, produzido em Salto (105 km de São Paulo). "A ideia dos azulejos não foi imitar, mas fazer uma releitura do estilo barroco português. Mesmo porque, o que sobrou da construção original foi uma parede do colégio, feita de taipa de pilão, que está nos fundos do complexo", diz o padre Carlos.
As missas no local acontecem de terças a sextas, ao meio-dia, e, aos domingos, às 10h. Aos sábados há apenas cerimônias de casamento, que custam R$ 5.000 e incluem, além da igreja e do serviço, coro e estacionamento. A agenda, no entanto, só tem datas para 2010.


Texto Anterior: Acidente da Gol: STJ aumenta indenização para vítima
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.