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Igreja do Pátio do Colégio ganha altar depois de 30 anos
De acordo com diretor do complexo, concepção arquitetônica faz releitura do barroco português
JAMES CIMINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de 30 anos de sua
inauguração, em 1979, a igreja
do Beato José de Anchieta (localizada no Pátio do Colégio,
marco da fundação da cidade
de São Paulo) finalmente ganhou um altar.
Ele é todo feito em granito.
Tem ao fundo um painel central de azulejos dourados com o
brasão da Companhia de Jesus
e uma cruz, do século 16, originária da ilha da Madeira, que
fazia parte do acervo do museu
Anchieta, anexo à igreja.
A primeira missa após a reforma, que durou dois meses,
acontecerá amanhã, às 19h, e
será ministrada pelo arcebispo
metropolitano de São Paulo,
dom Odilo Pedro Scherer.
No local, também foram implantados oito painéis de azulejos azuis e brancos, que narram
a história do beato e que falam
sobre a liturgia do batismo e do
evangelho segundo são João.
A igreja ganhou ainda uma
pia batismal e um púlpito, ambos em granito, nova iluminação e readequação do mezanino que sustenta um órgão italiano Tamborini, comprado de
uma igreja de São Bernardo do
Campo em 2002.
Segundo o padre Carlos Alberto Contieri, diretor do complexo Pateo do Collegio e idealizador da reforma com o artista sacro Claudio Pastro, a reforma custou R$ 300 mil e foi financiada pela Companhia de
Jesus e pela comunidade, que
arrecadou fundos com jantares, rifas e macarronadas.
"A reforma foi uma necessidade porque o local não era
adequado à eucaristia. Quando
em 1979 terminou a construção, não foi previsto um altar. E
o altar original, do século 17, foi
destruído no fim do século 19."
Releitura barroca
Os painéis laterais e o grande
painel central, ao fundo do altar, lembram muito a arquitetura barroca das igrejas históricas de Ouro Preto, Mariana e
São João Del Rey, em Minas.
Os laterais, embora remetam
claramente à clássica porcelana portuguesa, foram fabricados no Brasil, assim como o
granito, produzido em Salto
(105 km de São Paulo). "A ideia
dos azulejos não foi imitar, mas
fazer uma releitura do estilo
barroco português. Mesmo
porque, o que sobrou da construção original foi uma parede
do colégio, feita de taipa de pilão, que está nos fundos do
complexo", diz o padre Carlos.
As missas no local acontecem
de terças a sextas, ao meio-dia,
e, aos domingos, às 10h. Aos sábados há apenas cerimônias de
casamento, que custam R$
5.000 e incluem, além da igreja
e do serviço, coro e estacionamento. A agenda, no entanto,
só tem datas para 2010.
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