São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

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JONAS SILVA (1928-2010)

Voz pequena e à frente do tempo

FELIPE CARUSO
DO RIO

No início dos anos 50, o conjunto Os Garotos da Lua só continuaria a tocar na Rádio Tupi, no Rio, se trocasse o crooner, Jonas Silva, 22.
Diferentemente das grandes vozes da época, ele cantava suave, sem trêmulo muito afinado. Para o seu lugar, veio um jovem que era fã de Orlando Silva e que soltava a voz: João Gilberto.
Anos depois, com voz sóbria como a de Jonas e a batida no violão, João Gilberto criou a Bossa Nova.
Jonas era de Gravatá (PE). Com menos de dois anos, perdeu o pai e se mudou com a família para Caruaru (PE). Aos 12 anos, foi sozinho tentar a vida na Bahia, com Os Garotos da Lua. Tocaram pelo Brasil, descendo até o Rio.
Depois de deixar o conjunto, Jonas manteve o jeito de cantar e tentou fazer carreira solo, mas não deu certo.
Em meados da década de 50, tornou-se gerente nas Lojas Murray, no centro do Rio. Pelo balcão, passavam as grandes novidades do jazz.
Em uma viagem aos EUA, foi informado da contratação da jovem Therezinha para a recepção, coisa que ele não recomendava por ela ser "muito burrinha". A implicância revelou-se amor e os dois casaram-se em 1955.
Da mesa de buraco de onde o casal não saía, Therezinha foi para a maternidade ter o primeiro dos três filhos.
Foi diretor-artístico da gravadora Mocambo e, em 1962, fundou a gravadora Imagem, que durou até os anos 90.
Morreu no domingo, aos 81, no Rio, de pneumonia e disfunção cardíaca. Deixa mulher, três filhos, oito netos e uma bisneta. A missa de sétimo dia é hoje, às 9h, na igreja do Outeiro da Glória, Rio.

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