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JONAS SILVA (1928-2010)
Voz pequena e à frente do tempo
FELIPE CARUSO
DO RIO
No início dos anos 50, o
conjunto Os Garotos da Lua
só continuaria a tocar na Rádio Tupi, no Rio, se trocasse o
crooner, Jonas Silva, 22.
Diferentemente das grandes vozes da época, ele cantava suave, sem trêmulo
muito afinado. Para o seu lugar, veio um jovem que era fã
de Orlando Silva e que soltava a voz: João Gilberto.
Anos depois, com voz sóbria como a de Jonas e a batida no violão, João Gilberto
criou a Bossa Nova.
Jonas era de Gravatá (PE).
Com menos de dois anos,
perdeu o pai e se mudou com
a família para Caruaru (PE).
Aos 12 anos, foi sozinho tentar a vida na Bahia, com Os
Garotos da Lua. Tocaram pelo Brasil, descendo até o Rio.
Depois de deixar o conjunto, Jonas manteve o jeito de
cantar e tentou fazer carreira
solo, mas não deu certo.
Em meados da década de
50, tornou-se gerente nas Lojas Murray, no centro do Rio.
Pelo balcão, passavam as
grandes novidades do jazz.
Em uma viagem aos EUA,
foi informado da contratação
da jovem Therezinha para a
recepção, coisa que ele não
recomendava por ela ser
"muito burrinha". A implicância revelou-se amor e os
dois casaram-se em 1955.
Da mesa de buraco de onde o casal não saía, Therezinha foi para a maternidade
ter o primeiro dos três filhos.
Foi diretor-artístico da gravadora Mocambo e, em 1962,
fundou a gravadora Imagem,
que durou até os anos 90.
Morreu no domingo, aos
81, no Rio, de pneumonia e
disfunção cardíaca. Deixa
mulher, três filhos, oito netos
e uma bisneta. A missa de sétimo dia é hoje, às 9h, na igreja do Outeiro da Glória, Rio.
coluna.obituario@uol.com.br
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