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24 morrem em SP com superbactéria KPC
Desde julho de 2009, Estado teve 70 contaminações; secretaria diz que não é possível precisar se infecção causou mortes
Anvisa aprovou regra para que farmácia retenha receita de antibióticos; multa pode chegar a R$ 1,5 mi
ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA
Desde julho do ano passado, 24 pessoas infectadas pela "superbactéria" KPC morreram no Estado de São Paulo. Nesse mesmo período, 70
casos de contaminação foram confirmados.
A informação é da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), confirmada à Folha pela Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo, na noite de ontem.
A pasta, no entanto, ressalta que não é possível precisar se a infecção foi a causa
da morte desses 24 pacientes.
Caso sejam confirmadas,
São Paulo seria o Estado com
o maior número de mortes
decorrentes da infecção.
No Distrito Federal, o número de contaminações-no
mesmo período-é maior
(183 casos). E 18 pessoas infectadas pela "superbactéria" morreram.
A "superbactéria" já foi
identificada, desde 2009, em
pelo menos seis Estados:
Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais,
Santa Catarina e São Paulo.
ANTIBIÓTICOS
A Anvisa decidiu redigir
até o início da semana que
vem uma nota técnica para
uniformizar o diagnóstico e
reforçar a necessidade de notificação das infecções por
bactérias resistentes aos tratamentos tradicionais -a
exigência existe há 12 anos,
diz o diretor Dirceu Barbano.
A agência também aprovou ontem duas resoluções.
Uma prevê multa de R$ 1,5
milhão para farmácias e drogarias que venderem antibióticos sem a retenção da receita médica.
Atualmente, a regra determina apenas que o paciente
apresente a receita médica,
mas ele pode ir embora do estabelecimento com ela.
Mesmo essa exigência costuma ser descumprida, reconhece a própria Anvisa.
A regra passa a valer 30
dias após a publicação no
"Diário Oficial da União", o
que deve acontecer até a próxima quarta-feira.
O objetivo é conter o uso
indiscriminado do medicamento- apontado pelo ministro José Gomes Temporão
(Saúde) como um dos fatores
do surgimento de organismos resistentes, como a KPC
(Klebsiella pneumoniae carbapenemase).
A outra resolução obriga
clínicas e hospitais a disponibilizarem álcool líquido ou
em gel para médicos e enfermeiros limparem as mãos.
O prazo de adaptação à regra é de 60 dias. A fiscalização das novas normas caberá
às vigilâncias sanitárias municipais e estaduais.
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