São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

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24 morrem em SP com superbactéria KPC

Desde julho de 2009, Estado teve 70 contaminações; secretaria diz que não é possível precisar se infecção causou mortes

Anvisa aprovou regra para que farmácia retenha receita de antibióticos; multa pode chegar a R$ 1,5 mi

ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA

Desde julho do ano passado, 24 pessoas infectadas pela "superbactéria" KPC morreram no Estado de São Paulo. Nesse mesmo período, 70 casos de contaminação foram confirmados.
A informação é da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), confirmada à Folha pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, na noite de ontem.
A pasta, no entanto, ressalta que não é possível precisar se a infecção foi a causa da morte desses 24 pacientes.
Caso sejam confirmadas, São Paulo seria o Estado com o maior número de mortes decorrentes da infecção.
No Distrito Federal, o número de contaminações-no mesmo período-é maior (183 casos). E 18 pessoas infectadas pela "superbactéria" morreram.
A "superbactéria" já foi identificada, desde 2009, em pelo menos seis Estados: Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo.

ANTIBIÓTICOS
A Anvisa decidiu redigir até o início da semana que vem uma nota técnica para uniformizar o diagnóstico e reforçar a necessidade de notificação das infecções por bactérias resistentes aos tratamentos tradicionais -a exigência existe há 12 anos, diz o diretor Dirceu Barbano.
A agência também aprovou ontem duas resoluções. Uma prevê multa de R$ 1,5 milhão para farmácias e drogarias que venderem antibióticos sem a retenção da receita médica.
Atualmente, a regra determina apenas que o paciente apresente a receita médica, mas ele pode ir embora do estabelecimento com ela.
Mesmo essa exigência costuma ser descumprida, reconhece a própria Anvisa.
A regra passa a valer 30 dias após a publicação no "Diário Oficial da União", o que deve acontecer até a próxima quarta-feira.
O objetivo é conter o uso indiscriminado do medicamento- apontado pelo ministro José Gomes Temporão (Saúde) como um dos fatores do surgimento de organismos resistentes, como a KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase).
A outra resolução obriga clínicas e hospitais a disponibilizarem álcool líquido ou em gel para médicos e enfermeiros limparem as mãos.
O prazo de adaptação à regra é de 60 dias. A fiscalização das novas normas caberá às vigilâncias sanitárias municipais e estaduais.


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