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Dois dos sequestradores de Olivetto fogem da prisão
Eles foram liberados para a saída temporária do Dia das Crianças e sumiram
Em fevereiro, promotor alertou para o risco de o chileno Marco Rodolfo Rodrigues Ortega fugir da penitenciária de SP
DE SÃO PAULO
Condenados a 30 anos de
prisão pelo sequestro do publicitário Washington Olivetto, 59, em 2001, o chileno
Marco Rodolfo Rodrigues Ortega e o colombiano William
Gaona Becerra fugiram semana passada da Penitenciária de Itaí (287 km de SP).
Os dois haviam conseguido na Justiça o direito a progressão do regime fechado
para o semiaberto e, com isso, puderam deixar a prisão
no dia 8 deste mês para passar o feriado do Dia das
Crianças nas ruas.
Ambos deviam ter voltado
dia 13. Eles já haviam saído
na Páscoa, Dia das Mães e no
Dia dos Pais.
Com mais de um sexto da
pena cumprida, no regime
semiaberto, os dois tinham
direito a sair cinco vezes por
ano da prisão, sempre em datas comemorativas, e voltar.
A Penitenciária de Itaí funciona em regime fechado e é
só para presos estrangeiros.
Em fevereiro deste ano, ao
saber que o chileno Ortega
havia conseguido a progressão de regime, o promotor
Rodrigo Alves de Araújo Fiusa recorreu da decisão e alertou que ele iria fugir, caso tivesse o benefício da saída
temporária mantido. Ele já
havia questionado, em dezembro de 2009, o benefício
dado a Becerra.
Dentre outros argumentos, o promotor Fiusa também disse que, entre dezembro de 2009 e janeiro deste
ano, "um terço dos presos estrangeiros que estavam na
Penitenciária de Itaí e tiveram o benefício da saída temporária não retornou".
Segundo a Promotoria e o
Tribunal de Justiça de SP, o
benefício para a progressão
de regime dos dois havia sido
revisto em 2ª instância pelo
TJ, mas a comunicação da
decisão do dia 23 de setembro não foi feita a tempo de
evitar que eles saíssem.
Policiais civis paulistas
acreditam que Ortega e Becerra usaram uma rota rodoviária para fugir do Brasil pela Tríplice Fronteira (que divide Brasil, Argentina e Paraguai) e, agora, estariam no
Uruguai, onde contariam
com a ajuda de antigos membros do grupo de esquerda
FPMR (Frente Patriótica Manuel Rodríguez), ao qual diziam pertencer quando sequestraram Olivetto.
Apontado como chefe da
quadrilha que sequestrou
Olivetto, o chileno Maurício
Hernandes Norambuena está preso na Penitenciária Federal da Catanduvas (PR),
onde estaria doente, segundo um site que o define como
membro da FPMR.
Quando esteve preso em
São Paulo, Norambuena foi
investigado por ensinar técnicas de guerrilha a presos ligados à facção criminosa
PCC (Primeiro Comando da
Capital) e acabou transferido
para uma unidade federal.
Sequestrado em Higienópolis (região central de SP),
em 11 de dezembro de 2001,
Olivetto ficou 53 dias num cativeiro na zona sul, até ser
solto pela polícia.
(ANDRÉ CARAMANTE)
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