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JUSTIÇA
Foi a terceira vez que o titular da Vara de Execuções Criminais de Contagem (MG) soltou presos; liminar vetava medida
Juiz contraria o TJ e solta mais 7 condenados
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O juiz Livingsthon José Machado, da Vara de Execuções Criminais de Contagem (MG), contrariou determinação do Tribunal de
Justiça e libertou, no final da tarde
de ontem, mais sete presos condenados que estavam alojados em
delegacias da cidade.
O juiz, que recebeu os presos
antes de expedir os alvarás de soltura, não se pronunciou. A PM,
que fez a escolta dos presos até o
fórum, confirmou as solturas.
É a terceira vez neste mês que o
juiz liberta presos condenados.
Apenas na vez anterior, na semana passada, ele não foi bem-sucedido, já que a Polícia Civil retardou a liberação dos 36 detentos
até que o Tribunal de Justiça acatasse pedido do Estado e concedesse liminar cassando a decisão.
Nessa liminar, a 3ª Câmara do
TJ determinou que Machado não
expedisse novos alvarás de soltura. Na semana anterior, o juiz havia libertado 16 presos.
A liminar do TJ foi expedida
dois dias depois da primeira soltura, quando os presos já tinham
ganhado as ruas. O juiz alega condições degradantes e insalubres
por causa da superlotação nas cadeias instaladas nas delegacias.
Ontem, o juiz solicitou a presença dos presos no fórum. Seria
uma forma de o cumprimento
dos alvarás de soltura não ficar
dependente da ação da Polícia Civil, como na vez anterior.
A Corregedoria do TJ abriu um
procedimento contra o juiz. A
Procuradoria Geral de Justiça
também instaurou uma comissão, formada por nove promotores, para apurar se o juiz "prevaricou". Na eventualidade de ter cometido algum crime, compete ao
procurador-geral denunciar o
magistrado.
No entendimento do Tribunal
de Justiça, do Ministério Público e
da seção mineira da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), o direito dos presos é reconhecido, mas
a libertação deles fere o direito coletivo da população de não conviver com presos condenados.
No início da noite de ontem, a
informação no gabinete do juiz
era que ele não se manifestaria. A
assessoria do TJ informou que cada ato do juiz necessita ser levado
ao tribunal e que todos os atos são
anexados ao procedimento aberto contra ele na corregedoria.
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