São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 2005

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"Alunos da rede particular têm mais incentivo"

DA REPORTAGEM LOCAL

A estudante Andréia Prata Vieira, 18, está no último ano do ensino médio em uma ETE (Escola Técnica Estadual) e decidiu prestar vestibular para o curso de ciências biológicas na USP. Mesmo com as aulas do cursinho comunitário, ela se sente "despreparada" para a Fuvest por ter estudado em escola pública.
(SIMONE HARNIK)

 

Folha - Você vai prestar um curso concorrido. Está preparada?
Andréia Prata Vieira -
Estou bem despreparada. Por mais que eu esteja estudando, a pessoa que está no colégio particular começou a estudar antes. Na ETE, a gente está fazendo simulado, mas tudo começou só no fim do ano.

Folha - Você acha que tem condições de competir com um aluno de escola particular?
Andréia -
Mais ou menos. Acho que na escola particular os alunos são mais incentivados e preparados desde cedo.

Folha - Que incentivo falta?
Andréia -
Nas provas, os professores não colocam questões semelhantes às do vestibular. A escola pendura as placas com a data dos vestibulares, mas não fala muito sobre eles.

Folha - Você acha que a cobrança da Fuvest é desproporcional?
Andréia -
Faço cursinho popular e, pela dificuldade das provas, acho que é pedido muito além do que o colégio passa para a gente. Acho que quem quer passar vai ter de fazer um ano de cursinho.

Folha - O que você acha de a universidade pública ter mais alunos vindos do ensino particular?
Andréia -
A universidade quer ter um nome e tem de ter os melhores alunos. Para mudar esse quadro, seria preciso mudar primeiro o ensino público.

Folha - Qual é a sua opinião sobre a política de cotas?
Andréia -
Sou contra. Por mais que a gente não tenha incentivo, temos toda a matéria. É indiferente se a pessoa é negra ou veio de escola pública.


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