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No Rio, festa de casamento teve estátua de traficante
Imagem representou noivo em churrasco em casa de festas na Barra, em outubro
Convidados receberam par de sandálias com pequena foto do casal; traficante se casou com advogada em prisão de MS em setembro
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
O traficante Luiz Fernando
da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi o primeiro preso a se
casar dentro de uma penitenciária de segurança máxima no
país. Mas isso não bastou: sua
união com a advogada Jacqueline Alcântara de Moraes, 32,
foi comemorada também em
um churrasco em uma casa de
festa de alto padrão na Barra da
Tijuca, zona oeste do Rio.
A festa, no dia 20 de outubro,
teve direito a convite com caricatura dos noivos e a estátua de
Beira-Mar, já que o de carne e
osso não podia deixar a cadeia.
Vinte três dias antes da festa,
o traficante e a advogada tinham se casado, no civil e no religioso, na penitenciária federal
de Campo Grande (MS), onde
ele cumpre pena. O casal, que
tem três filhos, oficializou a
união que já durava 15 anos.
Na comemoração no Rio, o
noivo não compareceu, mas segundo investigações da Polícia
Federal, uma estátua com seu
tamanho foi levada para a casa
de festas para representá-lo.
Além de dividirem a festa
com uma imagem inusitada, os
convidados de Beira-Mar e Jacqueline receberam um par de
sandálias Havaianas com uma
pequena foto do casal reproduzida em uma das tiras.
Caricatura
O convite para a comemoração do enlace continha uma caricatura do casal e uma passagem bíblica: "As muitas águas
não podem apagar este amor,
nem os rios afogá-lo; ainda que
alguém desse todos os bens de
sua casa pelo amor, certamente
o desprezariam", capítulo 8,
versículo sétimo, do "Cântico
dos Cânticos", de Salomão.
Ontem, na casa de festas citada no convite, uma funcionária
confirmou que o churrasco começou às 14h e terminou às
18h. A casa de festas cobra
aproximadamente R$ 85 por
convidado, mas não informou
quantos estavam presentes na
festa de Beira-Mar.
Casamento na prisão
Na cerimônia da penitenciária em Campo Grande, em 28
de setembro, Beira-Mar estava
de fraque e Jacqueline, com um
vestido de noiva branco. Casaram-se em 30 minutos em cerimônia celebrada por um pastor
evangélico, segundo o Ministério da Justiça.
Além de quatro testemunhas, foi permitida a entrada da
filha de Beira-Mar, de 9 anos, e
de um sobrinho dele, de 8 anos,
que foram dama de honra e pajem, respectivamente, levando
as alianças do casamento. A
união foi comemorada com taças de acrílico, refrigerante, bolo e salgadinhos.
Também participaram um
fotógrafo e um cinegrafista,
contratados pelo casal. Após a
cerimônia, Beira-Mar e Jacqueline tiveram a "lua-de-mel"
nas duas horas destinadas para
a visita íntima. Antes de retornar à carceragem, Beira-Mar
teve que entregar sua aliança,
que por ser um objeto de metal,
não poderia entrar na cela.
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