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Mulheres no PA não evitaram prisão de suspeita de furto
DA AGÊNCIA FOLHA
O caminho que colocou a jovem presa por furto em uma cela com 20 homens por cerca de
um mês, em Abaetetuba (PA),
foi cruzado por mulheres detentoras de cargos públicos.
O flagrante da prisão da jovem foi lavrado, segundo a Polícia Civil do Estado, pela delegada Flávia Verônica Pereira. A
delegada foi afastada até o fim
da investigação do caso.
O pedido de remoção da presa foi encaminhado à juíza Clarice Maria de Andrade. Segundo a Polícia Civil, a solicitação
de transferência não foi atendida. No ofício, a polícia afirma
ter informado a juíza da situação de risco da presa.
A prisão da jovem ocorreu
em um Estado governado por
uma mulher, a governadora
Ana Júlia Carepa (PT). Questionada sobre como analisava o
caso, como mulher e governante, ela respondeu por e-mail:
"Estou indignada e chocada.
Minha vida política sempre foi
pautada pela defesa dos direitos humanos e não poderia ser
diferente no meu governo".
A responsável pela segurança
pública no Estado também é
uma mulher. Em nota, Vera Tavares, que tem histórico de militância em direitos humanos,
disse reconhecer "que toda violação aos direitos de uma mulher é uma violação aos direitos
humanos que deve ser punida
exemplarmente".
Para Aparecida Gonçalves,
subsecretária da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, não basta ser mulher para
garantir os direitos de gênero.
"Temos que investir na capacitação dos profissionais da segurança pública e do Judiciário
no que diz respeito aos direitos
da mulher", disse.
(SF)
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