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Planos de saúde vão cobrir vasectomia, laqueadura e DIU
Seguradoras apóiam a medida, mas afirmam que custos dos procedimentos deverão ser repassados para os clientes
Norma, que deverá entrar em vigor no ano que vem, vale para planos de saúde com contratos feitos a
partir de janeiro de 1999
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Os planos de saúde passarão,
a partir do ano que vem, a cobrir também assistência ao planejamento familiar, com laqueadura, vasectomia e DIU.
Apesar de concordarem com a
inclusão, as empresas afirmam
que os custos serão repassados
para os clientes.
O acordo entre as seguradoras e a ANS (Agência Nacional
de Saúde) foi fechado anteontem no Rio. A resolução que
atualiza o "rol de procedimentos" -que determina o que os
planos devem cobrir- deve ser
publicada em dezembro. As
empresas têm três meses para
se adequar às novas regras.
Além das medidas de planejamento familiar, a nova resolução trará, segundo a ANS, a
inclusão de tratamentos não-médicos como fonoaudiologia,
nutrição e terapia ocupacional.
Os procedimentos de planejamento familiar valem apenas
para os "planos novos" -contratos feitos a partir de janeiro
de 1999, após a regulamentação
do setor-, que atende 70,1%
dos beneficiários. Os planos
ambulatoriais não cobrem a vasectomia e a laqueadura. No caso do DIU, são os hospitalares
que não estão incluídos.
"Desde o ano passado estamos discutindo a atualização
do rol de procedimentos para
incluir procedimentos de cunho preventivo, que atendam a
uma política de longo prazo",
afirmou o diretor-presidente
da ANS, Fausto Pereira dos
Santos.
O presidente da Abramge
(Associação Brasileira de Medicina de Grupo), Arlindo Almeida, afirmou que a inclusão de
novos procedimentos "vai ter
um impacto financeiro e influir
nos preços dos planos".
"Os cálculos ainda serão feitos, mas a previsão inicial é de
que o impacto será de cerca de
10%." Almeida aponta a queda
de abortos clandestinos como
um benefícios para as próprias
operadoras, o que pode suavizar o "impacto financeiro".
"É louvável em certos aspectos, pois pratica medicina de
planejamento. Com isso evita
muitos abortos. As operadores
têm um custo alto com as conseqüências destes procedimentos. A longo prazo, pode-se dizer que pode até ter uma vantagem [para as empresas]."
A agência afirmou que pode
considerar os custos no reajuste a ser autorizado em 2009 pela agência. No entanto, Santos
acredita que não haverá um
"impacto significativo".
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