São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2010

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Mortes de moradores de rua estão ligadas a drogas, diz polícia de AL

Governo afirma ter esclarecido 24 dos 37 homicídios e 2 tentativas

JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO

A maioria das mortes de moradores de rua em Alagoas está relacionada a drogas e acertos com traficantes, segundo balanço divulgado ontem pela Polícia Civil.
Ao todo, foram investigados 39 casos: 37 homicídios e 2 tentativas. A polícia afirma ter esclarecido 24 crimes -61,5% do total investigado. Sete suspeitos estão presos.
Os casos ganharam repercussão quando a lentidão nas apurações foi criticada pela Igreja Católica e por grupos de direitos humanos, que apontaram 32 moradores de rua mortos neste ano em Maceió e em Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas.
Ao longo das últimas semanas, a polícia afirmou que descartava a ação de grupos de extermínio, mas as investigações divulgadas ontem apontaram pelo menos quatro casos com essas características. A polícia afirma, no entanto, que eles foram cometidos por uma pessoa.
Luiz Carlos Soares da Silva Santos atuava como vigilante autônomo para uma rede de supermercados e é suspeito de matar quatro moradores de rua em Maceió. Ele está preso. A polícia não soube informar quem é seu advogado.
As investigações contaram com 55 homens da Força Nacional de Segurança Pública, ligada ao Ministério da Justiça. No início do mês, eles foram enviados ao Estado para ajudar nas apurações de cerca de 4.000 homicídios ainda em aberto em Alagoas.
Segundo a polícia, 24 das 39 vítimas eram moradores de rua e 29, dependentes químicas. O balanço foi resultado de ordem do governador Teotonio Vilela (PSDB), que cobrou mais agilidade da polícia Civil e determinou que os inquéritos fossem entregues à Justiça até ontem.
Alagoas tem uma das maiores taxas de homicídios, 59,5 por 100 mil habitantes (dados de 2007 do IBGE). A média nacional é de 25,4.


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