São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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SAÚDE

Outros nove recém-nascidos estão em estado grave; maternidade desconhece as causas da infecção

Infecção mata 5 bebês em hospital do Rio

RONALDO SOARES
da Sucursal do Rio

Cinco bebês morreram entre o último sábado e anteontem em decorrência de uma infecção de causas ainda desconhecidas no Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth, na praça 15, centro do Rio. Outros nove, também infectados, estão em estado grave.
As mortes ocorreram na unidade neonatal da maternidade. Outros 21 recém-nascidos internados na unidade estão isolados em incubadoras, por estarem com os sintomas da infecção -problemas respiratórios, alterações na cor da pele, hemorragia e febre.
Desses, nove estavam em estado grave até o fim da noite de ontem, oito apresentavam sinais de melhora, e quatro não corriam risco de vida, segundo a direção da maternidade.
A diretora-substituta da maternidade, Betty Moszkowicz, disse que, por medida de precaução, a unidade neonatal -onde há seis leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e seis de UI (Unidade Intermediária)- foi isolada.
Os bebês que necessitam de tratamento intensivo estão sendo levados para uma UTI que foi improvisada em outra dependência da maternidade.
Ela afirmou que, dos cinco bebês mortos, dois haviam nascido com baixo peso -menos de 1 kg- e por isso tinham menos chances de sobreviver.
A diretora não soube explicar o que causou a infecção nos bebês. Segundo ela, as causas só poderão ser determinadas a partir de análise no material recolhido na unidade neonatal -amostras de sangue e secreção dos bebês, além de instrumentos cirúrgicos e material de higiene.
A análise está sendo feita pela Comissão de Infecção Hospitalar do Município e pela Vigilância Sanitária. De acordo com a diretora da maternidade, os primeiros resultados serão divulgados hoje.
Betty Moszkowicz não acredita que a infecção tenha sido causada por problema de superlotação.
Segundo ela, a unidade neonatal chegou a operar acima da quantidade de leitos em outras épocas. "Quando o problema foi detectado, estávamos operando com a capacidade máxima, ou seja, com todos os leitos ocupados, mas não acima", afirmou.
De acordo com a diretora, este foi o pior surto de infecção já registrado na maternidade, que no ano passado recebeu o prêmio "Hospital Amigo da Criança", concedido pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) a hospitais infantis que seguem programas de aleitamento recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
A média de óbitos na maternidade é de três a quatro por mês. Este mês, até o início do surto, o hospital já havia chegado a esta média -registrara três mortes.


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