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LEGISLATIVO
Texto aprovado ontem modifica tributo que era cobrado desde 83; camelôs e dogueiros serão incluídos na cobrança
Aprovada ampliação de taxa de comércio
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal de São
Paulo aprovou ontem, em primeira votação, um novo formato
para uma taxa que é cobrada dos
estabelecimentos comerciais desde 1983. Com as mudanças, essa
taxa passará a abranger também
camelôs e o "comércio sobre rodas" (lotações, dogueiros).
A TFE (Taxa de Fiscalização de
Estabelecimentos), que subsidiará fiscalizações feitas pela prefeitura, será cobrada dos estabelecimentos comerciais de acordo
com o ramo de atividade.
A TFE substitui a TLIF (Taxa de
Fiscalização de Localização, Instalação e Funcionamento), cobrada dos estabelecimentos comerciais desde 1983. Esta última, no
entanto, levava em conta o número de funcionários dos comerciantes passíveis da cobrança para
o estabelecimento do valor.
Os valores da nova taxa foram
determinados de acordo com a
categoria dos estabelecimentos
(restaurantes, salões de beleza,
consultórios odontológicos, por
exemplo), independentemente
do poder econômico dos seus
proprietários. Os valores, anuais,
variam entre R$ 100 e R$ 12 mil
(para o setor de competição de
corrida de cavalos).
Outra mudança é o fato de a
TEF atingir também o comércio
"sobre rodas" (lotações, dogueiros) e ambulantes. Pela primeira
vez, a arrecadação vai financiar,
além da fiscalização do uso e ocupação do solo pelos estabelecimentos, higiene, saúde e segurança, também a vigilância sanitária.
Dos 44 vereadores presentes, 36
aprovaram o projeto. Uma segunda votação é ainda necessária.
A proposta da prefeita Marta
Suplicy (PT) só foi aprovada por
volta de 18h30, em mais um dia
conturbado na Câmara. Os trabalhos, marcados para começar às
10h, só iniciaram às 12h por falta
de quórum. Os vereadores tinham ficado na Casa até as 3h tentando limpar a pauta recheada de
projetos prioritários para o governo, que tem maioria.
Os parlamentares da oposição
tentaram ontem prolongar a discussão do projeto para evitar a votação. Criticavam o fato de a proposta punir pequenos comerciantes. "Lembrem-se do vendedor de
"geladinho" [sorvete" da periferia.
Num momento em que a alternativa é a economia informal, é uma
crueldade essa taxa", dizia Gilberto Natalini (PSDB), pouco antes
da aprovação.
"Você votou no PT? Agora
aguenta o PTaxa!", gritava o também tucano Dalton Silvano às câmeras de televisão.
Segundo avaliação feita pelo gabinete do vereador Roberto Trípoli (PSDB), um bar com até cinco funcionários paga hoje pouco
mais de R$ 57 de TLIF por ano.
Com a nova taxa, pagará R$ 231
anuais, segundo a tabela de valores anexa ao projeto.
"Estamos substituindo uma taxa criada por Mário Covas [que
foi prefeito". Era necessário atualizá-la. Os valores são irrisórios",
disse Nabil Bonduki (PT), que defendeu a TFE em discurso ontem.
A estimativa dele é que o novo
formato resulte em R$ 30 milhões
a mais de recolhimento.
Assim como a TLIF, a nova taxa
tem de ser paga pelo dono do
imóvel em que está o estabelecimento se o comerciante não responder pela taxa.
Os estabelecimentos que se enquadram em mais de uma categoria pagarão a taxa do grupo que
recebeu o maior valor.
São isentos órgãos do município, Estado e União, os participantes do evento "festival da primavera" e da "feira de livros", informa o projeto.
Pouco antes das 23h, os parlamentares aprovaram a criação do
Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito, cujo objetivo é
financiar a expansão e aprimorar
as ações na área.
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