São Paulo, quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

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PA condena 5 por deixar menina em prisão

Delegados eram responsáveis pela carceragem masculina onde jovem de 15 anos ficou 26 dias presa e foi estuprada

Todos podem recorrer em liberdade; para associação, eles foram "jogados no fogo" para eximir culpa do Estado


JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM

A Justiça do Pará condenou à prisão cinco delegados que cuidavam da carceragem de Abaetetuba (PA) em que uma adolescente de 15 anos ficou 26 dias presa com homens, sendo espancada e estuprada diversas vezes.
O caso ocorreu em 2007. Flávia Verônica Monteiro, a delegada que estava de plantão quando a "menina L.", como a menor ficou conhecida, foi presa, recebeu uma sentença de cinco anos.
Antônio da Cunha, Rodolfo Gonçalves, Celso Cordovil da Silva e Daniele Bentes, os outros delegados, foram condenados a quatro anos.
Todos poderão recorrer em liberdade. A Folha não conseguiu localizá-los.
O caso teve repercussão nacional. L. e sua família foram colocadas em um programa de proteção a testemunhas. Mas, conforme a Folha mostrou em agosto, ela voltou a fugir, furtar e se tornou usuária de crack.
Para Ione Coelho, vice-presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Pará, nenhum dos delegados sabia que L. estava numa cela masculina.
Segundo Coelho, eles foram "jogados no fogo" para eximir o governo estadual de culpa. "A carceragem é responsabilidade da Susipe [Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará]."
Com exceção de Bentes, todos os outros delegados já haviam sido demitidos.
Em abril, a juíza que cuidava do caso da adolescente foi punida com a aposentadoria compulsória -pena administrativa máxima a um juiz. Ela continua recebendo salário, e nega ter cometido qualquer irregularidade.


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