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Polícia indicia mais 1
no caso da Universal
CRISPIM ALVES
da Reportagem Local
O delegado Flávio Augusto de
Souza Nogueira indiciou ontem o
pastor José Carlos França de Oliveira, sob a acusação de homicídio
culposo, no inquérito em que apura responsabilidades criminais pelo desabamento parcial do teto da
sede regional da Igreja Universal
do Reino de Deus em Osasco, na
Grande São Paulo.
No dia 5 de setembro, parte do
telhado do templo desabou, matando 25 pessoas e ferindo mais de
400. De acordo com Nogueira, que
é o presidente do inquérito, Oliveira era co-responsável pela direção da sede regional da igreja.
Foi o terceiro integrante da Universal a ser responsabilizado pela
tragédia. Já foram indiciados pela
polícia o bispo Reinaldo Santos
Suisso e o engenheiro Luiz Carlos
Carneiro de Fonseca. Suisso era o
responsável pela sede regional.
Fonseca é o engenheiro responsável por todos os templos da Universal em São Paulo.
"Juntamente com o bispo, ele
(Oliveira) era o responsável pela
condução dos trabalhos e deveria
zelar pela segurança dos fiéis",
declarou o delegado.
Laudo do IC (Instituto de Criminalística) de São Paulo concluiu
que o desabamento ocorreu por
uma conjunção de fatores. Segundo os peritos, a madeira estava podre e havia infiltração de água.
Além disso, foi detectada a presença de cupins. De acordo com o
laudo, uma simples vistoria teria
detectado o comprometimento da
estrutura e, consequentemente,
evitado a tragédia.
Os peritos concluíram também
que as condições de segurança do
templo estavam em desacordo
com as normas técnicas.
O advogado da Universal na esfera criminal, Arthur Lavigne,
afirmou não estar preocupado
com os indiciamentos de integrantes da igreja.
"Os indiciamentos não têm o
menor fundamento em matéria de
prova. Não havia a menor previsibilidade de que aquilo iria cair. Foi
uma fatalidade. O indiciamento é
uma opinião pessoal do delegado
que eu respeito, mas divirjo tecnicamente, pois não há base concreta para ele", declarou.
Nogueira afirmou que espera
concluir as investigações sobre o
desabamento na próxima semana,
quando devem ocorrer mais quatro indiciamentos.
"Agora, nós vamos explorar as
outras vertentes do caso", afirmou o delegado, que preferiu não
revelar o nome das outras pessoas
que deverão ser responsabilizadas
criminalmente.
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