São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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TRÂNSITO

Presidente do órgão afirma que seria necessário investir mais em prevenção de acidentes; ele é favorável ao reajuste das multas

"É pouquíssimo", reconhece Denatran

DA REPORTAGEM LOCAL

"É claro que a gente reconhece que isso é pouquíssimo", afirma Ailton Brasiliense, presidente do Denatran, sobre os recursos do DPVAT e de multas investidos pelo governo Lula para educar os motoristas e prevenir acidentes.
Mesmo assim, Brasiliense diz ser favorável ao reajuste nos valores das multas de trânsito:

Folha - Qual é a avaliação do sr. sobre a redução de investimentos?
Ailton Brasiliense -
Não é, evidentemente, nem o que a gente quer e muito menos o que é necessário. A necessidade é no mínimo do tamanho do arrecadado. O propósito do Denatran não é gastar, mas aplicar esses recursos para reduzir os acidentes, que é o que se espera de um governo.

Folha - O governo, ao congelar essa verba, não reforça a rejeição do cidadão às multas?
Brasiliense -
Acho que um pouco pode [reforçar], mas é preciso saber que todos os projetos sociais do governo tiveram uma restrição forte. É claro que a gente reconhece que isso é pouquíssimo. Não há como dizer que não. Mas é preciso entender que, no governo, não se pode analisar só uma área, mas o todo. O todo permitiu ao governo ter resultados positivos, o controle do dólar, a dívida, a credibilidade interna.

Folha - Enquanto isso, qual é a destinação da verba acumulada?
Brasiliense -
Ela será usada integralmente ao longo do governo. Não viemos aqui para ficar quatro anos, mas para mudar uma filosofia. Desde 1998 já tinham passado 12 cidadãos [no comando do Denatran]. É muito para cinco anos. Nada teve continuidade.

Folha - Vai haver reajuste de multas de trânsito neste ano?
Brasiliense -
Não tenho resposta. O governo pode achar que deixa assim ou que vai reajustar.

Folha - O sr. deu a sua opinião?
Brasiliense -
Quem faz a avaliação econômica não é o Denatran. Compete tanto à Fazenda como ao Planejamento. E o ministro Olívio Dutra [Cidades] definirá se será um acerto em uma, duas, três vezes. Ou se não será feito.

Folha - Mas o sr., como especialista, é contrário ou favorável?
Brasiliense -
Acho injusto o cidadão que tomou uma multa três anos atrás ter pago aquele valor e um outro neste ano tomar a multa com desconto. Quando você não atualiza, você está tratando diferentemente a mesma questão.


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