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TRÂNSITO
Presidente do órgão afirma que seria necessário investir mais em prevenção de acidentes; ele é favorável ao reajuste das multas
"É pouquíssimo", reconhece Denatran
DA REPORTAGEM LOCAL
"É claro que a gente reconhece
que isso é pouquíssimo", afirma
Ailton Brasiliense, presidente do
Denatran, sobre os recursos do
DPVAT e de multas investidos
pelo governo Lula para educar os
motoristas e prevenir acidentes.
Mesmo assim, Brasiliense diz
ser favorável ao reajuste nos valores das multas de trânsito:
Folha - Qual é a avaliação do sr.
sobre a redução de investimentos?
Ailton Brasiliense - Não é, evidentemente, nem o que a gente
quer e muito menos o que é necessário. A necessidade é no mínimo do tamanho do arrecadado. O
propósito do Denatran não é gastar, mas aplicar esses recursos para reduzir os acidentes, que é o
que se espera de um governo.
Folha - O governo, ao congelar essa verba, não reforça a rejeição do
cidadão às multas?
Brasiliense - Acho que um pouco pode [reforçar], mas é preciso
saber que todos os projetos sociais do governo tiveram uma restrição forte. É claro que a gente reconhece que isso é pouquíssimo.
Não há como dizer que não. Mas é
preciso entender que, no governo,
não se pode analisar só uma área,
mas o todo. O todo permitiu ao
governo ter resultados positivos,
o controle do dólar, a dívida, a
credibilidade interna.
Folha - Enquanto isso, qual é a
destinação da verba acumulada?
Brasiliense - Ela será usada integralmente ao longo do governo.
Não viemos aqui para ficar quatro
anos, mas para mudar uma filosofia. Desde 1998 já tinham passado
12 cidadãos [no comando do Denatran]. É muito para cinco anos.
Nada teve continuidade.
Folha - Vai haver reajuste de multas de trânsito neste ano?
Brasiliense - Não tenho resposta.
O governo pode achar que deixa
assim ou que vai reajustar.
Folha - O sr. deu a sua opinião?
Brasiliense - Quem faz a avaliação econômica não é o Denatran.
Compete tanto à Fazenda como
ao Planejamento. E o ministro
Olívio Dutra [Cidades] definirá se
será um acerto em uma, duas, três
vezes. Ou se não será feito.
Folha - Mas o sr., como especialista, é contrário ou favorável?
Brasiliense - Acho injusto o cidadão que tomou uma multa três
anos atrás ter pago aquele valor e
um outro neste ano tomar a multa
com desconto. Quando você não
atualiza, você está tratando diferentemente a mesma questão.
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