São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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Acusados de queimar e matar 4 pessoas não falam em interrogatório

Eles foram hostilizados por manifestantes na saída do fórum de Bragança Paulista

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRAGANÇA PAULISTA

O eletricista Luiz Fernando Pereira, 38, e o soldador Joabe Severino Ribeiro, 36, denunciados sob acusação de queimar e matar quatro pessoas em Bragança Paulista (SP), ficaram calados diante do juiz Marco Sestini, da 2ª Vara Criminal, e foram hostilizados na saída do local, onde seriam interrogados.
Com camisetas com fotos e nomes dos parentes mortos, familiares protestaram ontem diante do fórum. "Queremos que eles cumpram a pena máxima [30 anos de prisão]. Acabaram com a minha vida e a da minha família", disse Magali, irmã de Eliana Faria da Silva.
Eliana, 32, o marido Leandro de Oliveira, 31, e o filho deles, Vinícius, 5, foram mortos após roubo na loja de Eliana. A gerente da loja, Luciana Dorta, 27, morreu 11 dias depois com queimaduras em 70% do corpo.
Os dois denunciados ficaram 20 minutos no fórum. Saíram escoltados e sob gritos de "assassinos". Cerca de 50 pessoas participaram do protesto.
Pereira e Ribeiro voltaram para a penitenciária de Tremembé (138 km de SP), onde estão detidos há cerca de um mês. Por questões de segurança, a Polícia Militar pediu e o juiz decidiu antecipar em pelo menos 20 minutos o depoimento dos dois -inicialmente marcado para as 16h.
O silêncio dos denunciados surpreendeu o Ministério Público. "Recebemos com surpresa porque não é comum réus permanecerem calados em juízo. Geralmente os presos ficam calados na fase policial", disse a promotora Kelly Fedel.
A Promotoria denunciou Pereira e Ribeiro por quatro latrocínios e por roubo. A pena para cada um pode chegar a 90 anos de prisão.


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