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Excesso de chuva em SP até cancela cirurgias
Em Franca, danos em estação de água prejudicaram abastecimento de hospital
89 cidades no Estado já
foram afetadas pelas
chuvas; 21 estão em
situação de emergência ou
de calamidade pública
GUILHERME CAMPOS
DA FOLHA RIBEIRÃO
As chuvas que atingem o interior de São Paulo desde dezembro danificaram instalações da Sabesp em Franca, a
400 km da capital. Em razão
disso, o abastecimento de água
na cidade foi cortado, o que fez
a Fundação Casa de Misericórdia cancelar 50 cirurgias previstas para segunda e ontem.
A Sabesp prevê normalizar a
situação até sábado.
Os problemas no abastecimento da cidade começaram
no fim de semana, após as chuvas danificarem equipamentos
de bombeamento e produção
de água no rio Canoas.
Dois inquéritos foram instaurados pelo Ministério Público para invenstigar a falta d"água. Um irá procurar culpados
pelo desabastecimento; o outro, apurar abusos no preço cobrado por revendedores de
água mineral -galões foram
vendidos por até R$ 10.
Cirurgias canceladas
Segundo a Fundação Casa de
Misericórdia, as cirurgias canceladas não eram emergenciais.
Ontem, a Fundação Casa de
Misericórdia, que administra a
Santa Casa, o Hospital do Câncer e o Hospital do Coração,
suspendeu 50 cirurgias eletivas
(não emergenciais) marcadas
para segunda-feira e ontem devido à falta de abastecimento.
Segundo Fernando Bueno,
superintendente da Santa Casa, não haverá mais suspensões
e os pacientes devem fazer novo agendamento. As cirurgias
de urgência estão sendo realizadas normalmente.
As chuvas de dezembro e janeiro já afetaram 89 cidades de
São Paulo, de acordo com a
Operação Verão da Defesa Civil
do Estado. Dessas, 21 estão em
situação de emergência ou calamidade pública.
No interior do Estado, 89
pessoas continuam desabrigadas, e uma morreu. Na Operação Verão de 2006, 51 municípios apresentaram problemas,
mas não houve decretação de
estado de emergência ou de calamidade pública.
Ontem, a Prefeitura de Serrana, vizinha a Ribeirão Preto
(a 314 km de SP), decretou estado de emergência.
Além dela, na região, já decretaram emergência ou calamidade as cidades de Barretos,
Franca, Restinga, Patrocínio
Paulista, Santa Rosa de Viterbo
e Mococa.
De acordo com o diretor da
Defesa Civil do Estado, Jeferson de Almeida, a quantidade
de chuvas deste ano ultrapassou a média histórica na maioria das cidades, inclusive na região de Ribeirão Preto.
Segundo ele, muitas das cidades não estavam preparadas estruturalmente para receber esse volume de chuvas, o que causou prejuízos.
Segundo a Somar Meteorologia, o principal motivo para o
aumento no volume de chuvas
é o posicionamento das frentes
frias que se estacionaram sobre
o Sudeste. Hoje, elas atuam
com maior intensidade no sul
da região, o que traz mais transtornos para o Estado de São
Paulo, diferentemente de 2003
e 2004, onde atuaram mais ao
norte do Sudeste.
Ontem, segundo o prefeito
de Franca, Sidnei Rocha
(PSDB), técnicos instalaram a
segunda bomba para redistribuir água. Outras duas ainda
serão instaladas.
A ponte da vicinal que liga a
cidade a Claraval (MG), parcialmente destruída pelo rio,
foi provisoriamente reconstruída. Uma pinguela foi erguida e agora passam carros e motos. Já as estradas vicinais de
Serrana, Patrocínio Paulista e
Santa Rosa de Viterbo permanecem intransitáveis.
Alguns representantes das
cidades foram ontem até São
Paulo marcar audiência com o
governo do Estado para negociar um repasse de verba para a
reparação dos danos.
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