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Muro do século 18 é identificado no Rio
Construção, iniciada em 1713, foi erguida para proteger a cidade de saques e depois tida como destruída
DA SUCURSAL DO RIO
Construído no século 18 para
proteger o Rio de Janeiro, um
muro que atravessou o centro
da cidade foi identificado. A
construção era considerada
destruída há 200 anos.
O muro atravessava o centro
da cidade desde o morro da
Conceição até o do Castelo
-onde iniciou a ocupação do
Rio de Janeiro. Segundo o historiador Milton Teixeira, que
identificou a construção, a obra
começou em 1713, para proteger o Rio de saques de corsários
franceses.
Os 30 metros de muro -com
4,40 metros de altura em alguns trechos- que restam encontram-se na construção que
hoje abriga o Serviço Geográfico Militar. Em um trecho, apenas a ponta do muro é vista, em
decorrência dos sucessivos
aterros que a área sofreu.
Falhas no projeto e saques de
pedras impediram o sucesso da
fortificação. "O muro era um
entrave ao desenvolvimento da
cidade, que não conseguia crescer", afirma Teixeira. "A população começou a pegar as pedras para construir suas casas."
O projeto era falho pois não
protegia fontes d'água nem o
morro de Santo Antônio, para
onde a ocupação havia expandido. Desde 1733, já se acreditava que o muro estava destruído.
Acostumados a verem o muro todos os dias, os soldados da
fortaleza da Conceição se mostravam surpresos com o repentino interesse. "Tiro aranha daquele muro quase toda semana", afirmou um militar.
Teixeira explica por que a
fortificação ainda não havia sido identificada. "Porque ninguém veio aqui confirmar", disse, mostrando uma planta de
1750, que identifica o muro entre o então Palácio Episcopal e
a fortaleza da Conceição.
Subchefe da unidade, o capitão Roberto Gomes também
estava surpreso. "No ano passado, um grupo de arquitetos da
UFRJ veio aqui para ver o muro, mas não tinham autorização
para entrar."
(ITALO NOGUEIRA E TALITA FIGUEIREDO)
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