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GO tem 9ª morte por febre amarela no país
Suspeita da doença foi confirmada; vigilante da Universidade Federal de Goiás morreu em 30 de dezembro, em Goiânia
Oficialmente, foi a primeira vítima após os novos focos da doença; ministério incluiu Distrito Federal como local de contaminação, além de Goiás
FELIPE BÄCHTOLD
TALITA BEDINELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi confirmada ontem, em
Goiânia, a nona morte por febre amarela no país. Oficialmente, porém, foi a primeira
pessoa morta desde o surgimento de novos focos da doença -o óbito foi em 30 de dezembro, antes, portanto, dos
demais casos.
As outras oito mortes ocorreram neste ano -todos os que
morreram com suspeita de febre amarela teriam contraído a
doença no Estado de Goiás.
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, 18
pessoas já contraíram a doença
no Brasil, sendo 14 em Goiás,
duas no Distrito Federal e duas
em Mato Grosso do Sul. Foi a
primeira vez que o Distrito Federal teve registro de contaminação segundo o ministério
-até o boletim anterior, só teria havido contaminação em
Goiás e no Mato Grosso do Sul.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal afirmou, no entanto, que os casos que lhe foram atribuídos podem ter tido
origem em Goiás.
De acordo com o subsecretário de Vigilância à Saúde, Joaquim de Barros Neto, as duas
pessoas -uma mulher de 59
anos e um homem de 55- moravam em área de fronteira
com Goiás, para onde se deslocavam com freqüência.
Vítima
Raimundo Pereira Ramos,
64, era vigilante da UFG (Universidade Federal de Goiás).
Embora ele tenha sido infectado em Goiânia, a Secretaria da
Saúde de Goiás diz que não se
trata de um caso de febre amarela urbana. O órgão afirma que
o campus da universidade é
cercado por matas com grande
quantidade de macacos. O vírus
que provoca a doença também
circula entre esses animais.
"O campus universitário faz
divisa com várias chácaras e fazendas", diz o secretário da
Saúde de Goiânia, Paulo Rassi.
Segundo o governo estadual,
o vigilante não saiu de Goiânia
nas semanas antes de morrer.
Ele era funcionário de uma empresa que presta serviços para a
universidade.
A vítima procurou o Hospital
das Clínicas de Goiânia no dia
26 de dezembro. Médicos acharam que ele sofria de dengue
hemorrágica e o encaminharam ao Hospital de Doenças
Tropicais da cidade, onde morreu. Quatro dias antes da morte, ele chegou a ser vacinado
contra febre amarela. O secretário Paulo Rassi diz que é improvável que o paciente tenha
sofrido uma reação à vacina.
A Secretaria da Saúde do Estado investiga outros cinco casos suspeitos no Estado, incluindo três mortes.
Segundo a Universidade Federal de Goiás, não é possível
determinar se o vigilante contraiu a doença no campus. Macacos morreram nos últimos
meses no local, mas as causas
não foram confirmadas. No
campus, há um posto de vacinação contra a febre amarela.
A Prefeitura de Goiânia diz
que continua em alerta contra a
doença e que o caso não vai provocar mudanças nas medidas
de prevenção. A procura pela
vacina contra febre amarela
nos postos de saúde diminuiu
na cidade nos últimos dias.
Em Goiânia e na vizinha Aparecida de Goiânia, foram confirmadas pelo menos três mortes de macacos por febre amarela nas últimas semanas. De
2001 a 2006, não foram registradas mortes por febre amarela em Goiás.
São Paulo
Entre os novos casos da
doença anunciados ontem pelo
Ministério da Saúde está o de
uma mulher de 22 anos que vive na cidade de São Paulo e se
infectou com a forma silvestre
da doença em Goiás, em uma
viagem de ecoturismo. Ela já
está curada. É o terceiro doente
no Estado de São Paulo e o segundo na capital paulista.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, a
mulher em questão -seu nome
não foi revelado- foi internada
no Hospital Municipal do Tatuapé em 11 de janeiro, mesmo
dia em que chegou de viagem.
A confirmação de febre amarela só veio ontem, dia em que
ela teve alta do hospital. A Secretaria de Saúde diz que não
há risco de transmissão da
doença na cidade de São Paulo.
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