São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2009

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26ª SÃO PAULO FASHION WEEK

Choque entre luz e sombra define inverno

A cor preta e os brilhos dominaram as passarelas da semana de moda, que terminou ontem; conheça outras tendências

ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A moda brasileira do próximo inverno será marcada pelo contraponto entre luz e sombra, segundo as propostas das coleções da São Paulo Fashion Week, que terminou ontem.
O preto e os tecidos e ornamentos brilhantes dominaram as passarelas e se firmaram como duas das principais tendências da estação.
Tanto o preto quanto o brilho apareceram, separados e até nos mesmos looks, nos principais desfiles de ontem, nas coleções das grifes Gloria Coelho, Amapô, Alexandre Herchcovitch e Neon.
Numa viagem entre imagens aristocráticas e seres de outros planetas, Gloria Coelho brincou com as silhuetas de capas e casacos estilo "cloak" e com os shapes dos anoraques (casacos e blusões com capuz inspirados nas roupas dos esquimós).
A estilista não trouxe muita novidade, preferindo fazer o que sabe bem, como sua indefectível linha de calças e casacos. O acabamento e a qualidade do conjunto compensaram o investimento em propostas já consagradas.
Herchcovitch, em seu desfile masculino, inspirado nas roupas dos marinheiros, apresentou a melhor coleção do dia. O estilista alcançou o mix certeiro entre criatividade e viabilidade comercial. O preto apareceu no tecido impermeável amassado, no impecável terno com estampa de bolinhas e na ótima calça duas faces, com a frente em tecido dourado.
As peças em tecido de vinil, com padronagem xadrez, também foram destaques na coleção, com um mix de peças (da linha casual aos looks mais sofisticados) completo e pronto para desembarcar nas lojas.

Gente é para brilhar
No outro extremo fashion, Amapô e Neon mostraram um foguetório de estampas e brilhos para levantar os ânimos.
A Amapô deixou para trás a silhueta volumosa e problemática do verão passado e reencontrou seu caminho num animado desfile inspirado na cena raver dos anos 90 e no estilo emopunk.
O resultado foi muito divertido, principalmente devido ao mix de estamparia multicolorida, bem no espírito psicodélico do trance, e peças mais pesadas, cobertas por tachas metálicas prateadas e douradas.
O melhor ficou por conta da alfaiataria, que, mais do que desconstruída, foi retalhada em inventivas construções de casacos e jaquetas. Outro destaque foi a linha jeans, que trouxe o modelo "boyfriend" (larguinho e usado com a barra enrolada para cima) em lavagens manchadas, bem anos 90.
A Neon confirmou sua importância na moda brasileira com a tarefa de encerrar o evento. Nada mais apropriado para esta edição da SPFW, que teve como tema a alegria.
O desfile, uma performance retrô e bem-humorada, foi uma mistura de paródia e homenagem às apresentações de alta-costura, dos anos 50 e 60.
Vestidos longilíneos em tricô brilhante, aplicações de escamas douradas e até uma saia pregueada feita de metal iluminaram a coleção. O bolerinho todo feito de canutilhos e o sempre notável trabalho de estamparia completaram o pacote da Neon, que mostrou o inverno mais colorido e estampado da SPFW.

Gloria Coelho
Avaliação:    

Amapô
Avaliação:    

A. Herchcovitch (masculino)
Avaliação:     

Neon
Avaliação:    


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