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26ª SÃO PAULO FASHION WEEK
Choque entre luz e sombra define inverno
A cor preta e os brilhos dominaram as passarelas da semana de moda, que terminou ontem; conheça outras tendências
ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A moda brasileira do próximo inverno será marcada pelo
contraponto entre luz e sombra, segundo as propostas das
coleções da São Paulo Fashion
Week, que terminou ontem.
O preto e os tecidos e ornamentos brilhantes dominaram
as passarelas e se firmaram como duas das principais tendências da estação.
Tanto o preto quanto o brilho
apareceram, separados e até
nos mesmos looks, nos principais desfiles de ontem, nas coleções das grifes Gloria Coelho,
Amapô, Alexandre Herchcovitch e Neon.
Numa viagem entre imagens
aristocráticas e seres de outros
planetas, Gloria Coelho brincou com as silhuetas de capas e
casacos estilo "cloak" e com os
shapes dos anoraques (casacos
e blusões com capuz inspirados
nas roupas dos esquimós).
A estilista não trouxe muita
novidade, preferindo fazer o
que sabe bem, como sua indefectível linha de calças e casacos. O acabamento e a qualidade do conjunto compensaram o
investimento em propostas já
consagradas.
Herchcovitch, em seu desfile
masculino, inspirado nas roupas dos marinheiros, apresentou a melhor coleção do dia. O
estilista alcançou o mix certeiro entre criatividade e viabilidade comercial. O preto apareceu no tecido impermeável
amassado, no impecável terno
com estampa de bolinhas e na
ótima calça duas faces, com a
frente em tecido dourado.
As peças em tecido de vinil,
com padronagem xadrez, também foram destaques na coleção, com um mix de peças (da
linha casual aos looks mais sofisticados) completo e pronto
para desembarcar nas lojas.
Gente é para brilhar
No outro extremo fashion,
Amapô e Neon mostraram um
foguetório de estampas e brilhos para levantar os ânimos.
A Amapô deixou para trás a
silhueta volumosa e problemática do verão passado e reencontrou seu caminho num animado desfile inspirado na cena
raver dos anos 90 e no estilo
emopunk.
O resultado foi muito divertido, principalmente devido ao
mix de estamparia multicolorida, bem no espírito psicodélico
do trance, e peças mais pesadas, cobertas por tachas metálicas prateadas e douradas.
O melhor ficou por conta da
alfaiataria, que, mais do que
desconstruída, foi retalhada em
inventivas construções de casacos e jaquetas. Outro destaque
foi a linha jeans, que trouxe o
modelo "boyfriend" (larguinho
e usado com a barra enrolada
para cima) em lavagens manchadas, bem anos 90.
A Neon confirmou sua importância na moda brasileira
com a tarefa de encerrar o
evento. Nada mais apropriado
para esta edição da SPFW, que
teve como tema a alegria.
O desfile, uma performance
retrô e bem-humorada, foi uma
mistura de paródia e homenagem às apresentações de alta-costura, dos anos 50 e 60.
Vestidos longilíneos em tricô
brilhante, aplicações de escamas douradas e até uma saia
pregueada feita de metal iluminaram a coleção. O bolerinho
todo feito de canutilhos e o
sempre notável trabalho de estamparia completaram o pacote da Neon, que mostrou o inverno mais colorido e estampado da SPFW.
Gloria Coelho
Avaliação:
Amapô
Avaliação:
A. Herchcovitch (masculino)
Avaliação:
Neon
Avaliação:
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