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Adeptos do lenço palestino ignoram conflito
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
Pelos corredores da São Paulo Fashion Week, é comum encontrar várias pessoas usando
o lenço palestino, símbolo de
"simpatia" pela causa da Palestina que foi absorvido pelo
mundo da moda há dois anos.
No evento, porém, portar tal
adereço não significa defender
a Palestina no conflito com Israel. Os fashionistas, com frequência, mal sabem o que se
passa na faixa de Gaza.
"Me apaixonei pelo lenço depois que vi uma foto da Anna
Wintour [a editora da "Vogue"
americana] usando um", afirma a fotógrafa Luíza Gomes,
24, que desfilava pelos corredores da Bienal usando um ornamentado com caveiras, comprado pela internet.
""Eu não tenho uma posição
em relação a esse conflito, mas
acho exagerada a ofensiva de
Israel", completa.
Desinformados
Os estudantes de moda Mauro Caluva, 18, e Matheus Campos, 19, também ignoram o
conflito. Parados ontem na entrada da Bienal, os dois usavam
óculos escuros e lenços iguais.
""Acho estilo, tendência", diz
Mauro, que afirma ""não saber o
motivo da guerra".
A mesma opinião é compartilhada pelo vendedor Régis
Campos, 18. ""O que eu sei sobre
esse lenço é que ele começou a
aparecer em tudo o que é lugar,
na MTV, nas baladas alternativas e nos clubes GLS." Sobre o
conflito na faixa de Gaza, ele assumiu não saber de nada. ""Não
faço a mínima [ideia]."
Sua amiga Aline Alvez, 18,
que usava um lenço vermelho,
também foi sincera. ""Não entendo nada sobre o conflito." E
Régis tem uma teoria sobre a
falta de informação dele e da
amiga. ""Sabe como é adolescente, não é? A gente só quer
saber de ficar no MSN e no Orkut", revela.
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