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O PODER DO CRIME
Além do primeiro escalão da organização que já está no presídio, outros 40 presos de alta periculosidade foram removidos ontem à noite
Governo de SP decide isolar PCC em Taubaté
KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE
A Secretaria da Administração
Penitenciária decidiu transferir o
núcleo de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) da Penitenciária do Estado, no complexo
do Carandiru, para a Casa de Custódia de Taubaté (SP).
A unidade, considerada de segurança máxima, iria receber ontem à noite os primeiros 40 detentos, todos considerados de alta
periculosidade e líderes do comando. O presídio é considerado
de segurança máxima.
A Casa de Custódia de Taubaté
ainda passa por reformas, que foram aceleradas nesta semana, por
determinação do governador interino Geraldo Alckmin (PSDB).
O Anexo da Casa de Custódia,
que abriga os criminosos perigosos, tem 164 celas, mas apenas 20
estão em condições de uso.
Nelas, estão o assaltante de bancos Idemir Carlos Ambrósio, o
Sombra, apontado como o principal líder do PCC, e Jonas Mateus,
também da liderança da facção.
Ambos comandaram o motim
que destruiu a unidade em dezembro passado.
O Estado já havia começado a
concentrar líderes do PCC em
Taubaté na segunda-feira, quando alguns membros do segundo
escalão da organização, como
Edemir Armando Alfenas, o Feirante, Alcides Sérgio Delassari, o
Blindado, e Marcos Massari, o
Tau, já haviam sido removidos
para o CRP (Centro de Readaptação Penitenciária), o Anexo.
Além de Sombra e Mateus, os 40
que seriam transferidos ainda ontem vão se juntar a Orlando Motta
Júnior, o Macarrão, Edmir Volleti
e Flávio Aparecido da Silva, o Moreno, considerados "secretários"
do PCC e também participantes
ativos da rebelião de dezembro.
Com os 40 presos de ontem a secretaria retornou para o Anexo
em Taubaté todos os integrantes
do PCC que provocaram aquela
rebelião, que deixou um saldo de
nove mortos, três deles decapitados por Mateus, segundo agentes
penitenciários.
Com essa medida, a secretaria
anula uma das principais exigências do PCC e contraria o acordo
que teria sido realizado em dezembro com a facção criminosa.
Segundo líderes do PCC, o acordo
previa que, depois da rebelião em
Taubaté, nenhum dos detentos
responsáveis pelo motim retornariam para a unidade.
Segundo a secretaria, as transferências estão sendo realizadas em
sistema emergencial e foram motivadas pelas condições em que
estão as unidades que passaram
pela megarrebelião.
As celas da Penitenciária do Estado, onde estavam os integrantes
do comando, não apresentam
condições de segurança para a
permanência dos presos do PCC.
Os cadeados e as portas das celas foram destruídas, e a única solução viável seria a remoção para
a Custódia, a única unidade que
apresentaria condições de segurança para abrigar os detentos.
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