São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2001

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Terceira rebelião de Pirajuí dura 5 horas

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de 860 detentos da P2 (Penitenciária 2) de Pirajuí (SP) mantiveram-se rebelados, ontem, por cinco horas, na terceira revolta, nesta semana, dentro do complexo que abriga o presídio. Segundo a polícia e a direção da penitenciária, não houve reféns nem feridos.
A rebelião teve início por volta das 8h30, quando dois presos conseguiram escapar das suas celas e começaram a organizar o motim, após ter circulado a informação de que, hoje e amanhã, estão suspensas as visitas.
Às 11h, de 20 a 30 prisioneiros já haviam conseguido sair das suas celas. O grupo libertou outros 200 e expulsou os agentes penitenciários do prédio.
Os rebelados, alguns armados com estiletes, avançaram e conseguiram ganhar outras duas alas e o "seguro" (local onde ficam os presos jurados de morte) da P2, depois de arrombarem o portão do corredor de acesso. De acordo com a PM, a adesão dos detentos do presídio foi total.
Segundo Benedito Roberto Meira, comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar de Bauru, agentes penitenciários e funcionários fugiram e acompanharam a rebelião do lado de fora da penitenciária. A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada para tentar controlar a situação.
Um grupamento de 90 homens da PM de Bauru chegou à penitenciária por volta das 13h.
Os policiais invadiram o prédio e agiram contra os rebelados usando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
De acordo com o comandante da 1ª Companhia de Bauru, os presos recuaram com a entrada da tropa e não houve confronto. Por volta das 15h, a situação havia sido controlada. O diretor da P2, José Carlos Pedroso, disse que 23 presos, todos ligados ao PCC, foram identificados como os líderes do motim. Ontem mesmo eles começaram a ser transferidos.
Segundo informação da PM, pelo menos 10% dos detentos da P2 pertencem ao PCC.
Desde domingo, é a terceira rebelião no complexo que abriga as duas penitenciárias em Pirajuí (400 km a noroeste de São Paulo).
No domingo, rebelados também tomaram a P2. Eles decapitaram um preso e libertaram, apenas no dia seguinte, 12 agentes penitenciários e 165 familiares feitos reféns, depois da entrada da tropa de choque. Um grupo de 17 integrantes do PCC pedia transferência. Na terça-feira, detentos da P1 se rebelaram. Exigiam que os dez integrantes do PCC transferidos de Guarulhos para a unidade no dia anterior fossem tirados da área de isolamento.




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