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Terceira rebelião de Pirajuí dura 5 horas
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Cerca de 860 detentos da P2 (Penitenciária 2) de Pirajuí (SP) mantiveram-se rebelados, ontem, por
cinco horas, na terceira revolta,
nesta semana, dentro do complexo que abriga o presídio. Segundo
a polícia e a direção da penitenciária, não houve reféns nem feridos.
A rebelião teve início por volta
das 8h30, quando dois presos
conseguiram escapar das suas celas e começaram a organizar o
motim, após ter circulado a informação de que, hoje e amanhã, estão suspensas as visitas.
Às 11h, de 20 a 30 prisioneiros já
haviam conseguido sair das suas
celas. O grupo libertou outros 200
e expulsou os agentes penitenciários do prédio.
Os rebelados, alguns armados
com estiletes, avançaram e conseguiram ganhar outras duas alas e
o "seguro" (local onde ficam os
presos jurados de morte) da P2,
depois de arrombarem o portão
do corredor de acesso. De acordo
com a PM, a adesão dos detentos
do presídio foi total.
Segundo Benedito Roberto
Meira, comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar de Bauru,
agentes penitenciários e funcionários fugiram e acompanharam
a rebelião do lado de fora da penitenciária. A tropa de choque da
Polícia Militar foi acionada para
tentar controlar a situação.
Um grupamento de 90 homens
da PM de Bauru chegou à penitenciária por volta das 13h.
Os policiais invadiram o prédio
e agiram contra os rebelados
usando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
De acordo com o comandante
da 1ª Companhia de Bauru, os
presos recuaram com a entrada
da tropa e não houve confronto.
Por volta das 15h, a situação havia
sido controlada. O diretor da P2,
José Carlos Pedroso, disse que 23
presos, todos ligados ao PCC, foram identificados como os líderes
do motim. Ontem mesmo eles começaram a ser transferidos.
Segundo informação da PM,
pelo menos 10% dos detentos da
P2 pertencem ao PCC.
Desde domingo, é a terceira rebelião no complexo que abriga as
duas penitenciárias em Pirajuí
(400 km a noroeste de São Paulo).
No domingo, rebelados também tomaram a P2. Eles decapitaram um preso e libertaram, apenas no dia seguinte, 12 agentes penitenciários e 165 familiares feitos
reféns, depois da entrada da tropa
de choque. Um grupo de 17 integrantes do PCC pedia transferência. Na terça-feira, detentos da P1
se rebelaram. Exigiam que os dez
integrantes do PCC transferidos
de Guarulhos para a unidade no
dia anterior fossem tirados da
área de isolamento.
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